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OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana

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português. Assim, temos coiro/couro, embarcadoiro/embarcadouro,<br />

salgadoiro/salgadouro, vassoira/vassoura.<br />

Em Olivença, apenas lembro ter escutado o resultado em –oiro<br />

(coiro, vassoira), se bem que não apareça nenhum caso nas gravações para<br />

o testemunhar 14 . Não aparecem exemplos nas gravações de Campo Maior<br />

sobre este ponto.<br />

O ditongo eu: monoptongação ou conservação<br />

É um caso semelhante ao do ditongo êi/ê. Segundo Manuela<br />

Florêncio, Leite de Vasconcelos registou o fenómeno, geralmente em<br />

próclise, em diversas localidades do Alentejo, como Campo Maior, Elvas,<br />

Évora, Vila Viçosa, Alandroal, etc, em palavras ou expressões como mê<br />

filho, mê amor, ê digo, ê nã sêi...<br />

Em Olivença é frequente a monoptongação em ê, mas também<br />

ocorre a conservação do ditongo, se bem que frequentemente com o<br />

segundo elemento vocálico (ou, mais exactamente, semi-vocálico,<br />

representável por w), o u, muito relaxado:<br />

- Mas bonito é o Alandroale/donde o mê amor se esconde (2-<br />

C)<br />

- Isto não to posso dare porqu’é de mê marido(6-B)<br />

- Pôs ê que os vêjo vire (7-B)<br />

- Co qu’é meu, qu’é o que tẽ mê marido (6-B)<br />

- tu sim mas i atão eu, teu avô já morreu (3-B)<br />

- Ai, dondi o meu amor se esconde.(3-B)<br />

- Ê pensê que ê andaba menos ca ti, i ando maih ca ti!(2-C)<br />

- Ê quisera agora ter vinte anos(A2)<br />

- mê sogro esteve cenquenta e oito anos(A2)<br />

-porque mê pai morrê duma perforação d’estámago(A2)<br />

- esta é uma ermã minha, e este é um ermão meu(A2)<br />

-Tomara eu ter os fiyos como vom’cê os tẽ... tomara eu (8-A2)<br />

Em Campo Maior o resultado é idêntico ao de Olivença:<br />

-Ê nasci numa estrada(D)<br />

- Os mês fiyos todos sõ formados...(E)<br />

- Eu ia lá porque estava à frente(E)<br />

-Eu por acaso, houv’ uma pessoa, lá no hospitale(D)<br />

- na altura ẽ que ê era nova(11-G)<br />

- i aqui tô até que Dês quêra, até que Dês quêra(G)<br />

-nẽ eu para ti tampouco (F)<br />

- Graças a Deus o sentido tá inda bom(G)<br />

-i aí morreu, pôs até que morreu foi fiscal da Cambra(11-G)<br />

-porque ê depois i o mê marido(11-G)<br />

-Morreu logo (F)<br />

14 Vassoira é forma que pessoalmente lembro ter escutado ao informante C (conversa não gravada), e esta<br />

é a forma que recolhe Manuel Jesús Sánchez (Sánchez 2006)<br />

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