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OS FALARES FRONTEIRIÇOS DE OLIVENÇA E ... - Além Guadiana

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informantes em que aconteceu este fenómeno, B e A1, apresentam sempre<br />

alẽ em lugar de ali.<br />

Em todo o caso, o fenómeno poderia estar relacionado com<br />

outro que, segundo Manuela Florêncio (Florêncio 2001: 36), em nota a<br />

rodapé, Leite de Vasconcelos registou em Tolosa (Nisa) e que consistiria<br />

em se verificar a nasalação mesmo não havendo consoante nasal: bõlsa.<br />

E outro caso curioso foi a aparição duma nasalidade na palavra<br />

mesa, que é realizada como mẽsa:<br />

-Este põe a mẽsa (A2, em conversa não gravada)<br />

Acerca desta última nasalação, Leite de Vasconcelos registou<br />

em Alandroal mẽsa e, ainda, nõjo, afirmando Manuela Florêncio a este<br />

respeito que “também se registam casos em que as consoantes m e n<br />

nasalam as vogais seguintes –menza, nonjo” (Florêncio 2001: 36)<br />

Manuel Jesús Sánchez (com pess.) referiu-me, também, a<br />

passagem de mesa para mẽsa ou menza como traço típico do português<br />

oliventino.<br />

a-2)Alterações no timbre de vogais átonas<br />

Alteração ou nasalização do timbre de “a” átono inicial:<br />

Traço muito comum em certos casos como até>enté/anté:<br />

- e logo já, partimos pa’baxo, enté..., enté a estrada (2-C)<br />

- porque hai ao menos dezassete kilómetros enté lá a Elbas<br />

(2,C)<br />

- Vem a funerária e vã em coche anté lá(A2)<br />

-...e esteve anté os setenta (A2)<br />

-I ãssim viverá Espãnha em tranquilidade, e com toda a<br />

felicidade (4,B)<br />

-nenguẽ...ãssim...e vendo a televisión(8-A2)<br />

Mesmo Manuel Jesús Sánchez (com. pess.) fala-me da<br />

existência duma forma benté (até) que nunca escutei nem gravei.<br />

Nos informantes portugueses sempre até:<br />

- Até prò ano(E)<br />

- até Palma de Mayorca me levô (D)<br />

- i aqui tô até que Dês quêra(G)<br />

Realização da vogal final e como i, mais ou menos atenuado<br />

(seguido ou não de –s):<br />

Leite de Vasconcelos registou-o em Ponte de Sor, Avis, Mora,<br />

Elvas, Vila Viçosa, em casos como sabi, fonti, ponti, cantári... Este traço é<br />

sentido como caracterizador do falar alentejano em Portugal, presente em<br />

muitas caricaturas e imitações dos falantes desta região portuguesa 9 .<br />

9 Neste sentido, o grupo musical Adiafa, nos seus discos As meninas da ribeira do Sado ou ‘Tá o Balho<br />

Armado, recolhem cantares folclóricos em que reproduzem bastante bem os traços alentejanos, entre eles<br />

esta alteração do timbre vocálico.<br />

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