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o conceito de stato em maquiavel - Unioeste

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escritos <strong>de</strong> Maquiavel e da investigação acerca da i<strong>de</strong>ia mo<strong>de</strong>rna <strong>de</strong> Estado, a fim <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminar se, <strong>de</strong> fato, há equivalência ou alguma espécie <strong>de</strong> relação entre eles.<br />

No primeiro capítulo vamos analisar o termo <strong>stato</strong> <strong>em</strong> Maquiavel <strong>de</strong> modo a<br />

apresentar a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> significados que ele possui e as pesquisas <strong>de</strong>senvolvidas acerca do<br />

probl<strong>em</strong>a. É preciso consi<strong>de</strong>rar que, durante o Renascimento, o <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>stato</strong> passava por<br />

uma transformação. Da palavra status, que significava a posição ou a condição social <strong>de</strong><br />

alguém, <strong>de</strong>rivou-se a palavra <strong>stato</strong> (vocábulo correspon<strong>de</strong>nte no italiano), que passou por<br />

vários usos até chegar ao sentido mo<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Estado. É, precisamente, <strong>em</strong> meio a essa<br />

mudança que Maquiavel insere tal <strong>conceito</strong> <strong>em</strong> sua teoria política. Além disso, Maquiavel<br />

utiliza alguns termos que, <strong>em</strong> certos casos, parece que a palavra <strong>stato</strong> está apenas os<br />

substituindo. É o que ocorre quando <strong>stato</strong> parece se referir a domínio, a território ou a po<strong>de</strong>r,<br />

entre outros. Por conta disso, é necessário analisar esses <strong>conceito</strong>s, para <strong>de</strong>monstrar que<br />

Maquiavel não está fazendo um jogo <strong>de</strong> palavras, mas que, <strong>em</strong> cada caso, existe uma relação<br />

terminológica que oferece indícios para a <strong>de</strong>terminação. Também encontramos passagens <strong>em</strong><br />

que o termo <strong>stato</strong> v<strong>em</strong> acompanhado <strong>de</strong> um pronome possessivo, como se ele fosse uma posse<br />

daquele que governa. Além <strong>de</strong>ssas ligações, é possível fazer uma analogia entre o <strong>stato</strong> e a<br />

organização das milícias, pois ambas apresentam características s<strong>em</strong>elhantes, como é o caso<br />

da centralização do po<strong>de</strong>r supr<strong>em</strong>o e da astúcia imprescindível tanto ao comandante quanto ao<br />

príncipe que <strong>de</strong>seja estabelecer a or<strong>de</strong>m.<br />

Em pesquisa realizada acerca do termo <strong>stato</strong> <strong>em</strong> Maquiavel, Condorelli indica que, ao<br />

longo da história, o termo passou por um processo <strong>de</strong> subjetivação e objetivação e que tal<br />

processo também é visto nos escritos do pensador florentino. Se, nos primeiros usos a palavra,<br />

era utilizada parar expressar o sujeito que usufruía <strong>de</strong>terminada condição, para indicar a<br />

posição que ele ocupava no contexto social, com a evolução linguística ela passa a indicar<br />

aquilo que fundamentava tal condição ou, <strong>em</strong> outras palavras, as coisas sobre as quais se<br />

exerciam os po<strong>de</strong>res provindos <strong>de</strong>ssa condição, como, por ex<strong>em</strong>plo, o território e o povo.<br />

Consi<strong>de</strong>rado esse fato, Condorelli apresenta a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que, nos escritos <strong>de</strong> Maquiavel, o <strong>stato</strong><br />

po<strong>de</strong> ser pensado a partir <strong>de</strong> três unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sentindo: “<strong>stato</strong> como condição <strong>de</strong> potência e<br />

como modo <strong>de</strong> ser da coisa pública”; “<strong>stato</strong> como sujeito <strong>de</strong> potência”; “<strong>stato</strong> como objeto <strong>de</strong><br />

potência”.<br />

Outro estudo acerca das ocorrências do termo, realizado por Chiappelli, indica que<br />

Maquiavel tenha utilizado o vocábulo num sentido técnico e esse seria indicativo do Estado<br />

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