o conceito de stato em maquiavel - Unioeste
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é nessa lei que está a fonte e a orig<strong>em</strong> da justiça. Se não houvesse uma lei que <strong>de</strong>terminasse o<br />
cumprimento dos acordos firmados, eles po<strong>de</strong>riam cair no vão das palavras, pois a <strong>de</strong>finição<br />
do justo e do injusto está estritamente ligada aos acordos firmados. É consi<strong>de</strong>rado justo aquele<br />
que cumpre sua parte no acordo e injusto aquele que rompe com o que foi acordado. Todo<br />
pacto é inválido caso algumas das partes <strong>de</strong>monstre insegurança para cumprir com a palavra<br />
dada. É por isso que, segundo Hobbes, é necessário criar uma força coercitiva, pois somente<br />
ela será capaz <strong>de</strong> fazer com que ambas as partes façam a sua parte, s<strong>em</strong> receio algum do não<br />
cumprimento do outro, como afirma o autor:<br />
Para que as palavras ‘justo’ e ‘injusto’ possam ter lugar, é necessária alguma espécie<br />
<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r coercitivo, capaz <strong>de</strong> obrigar igualmente os homens ao cumprimento <strong>de</strong> seus<br />
pactos, mediante ao terror <strong>de</strong> algum castigo que seja superior ao beneficio que<br />
esperam tirar do rompimento do pacto, e capaz <strong>de</strong> confirmar proprieda<strong>de</strong> que os<br />
homens adquir<strong>em</strong> por contrato mútuo, como recompensa do direito universal a que<br />
renunciaram. (HOBBES, 2003, p. 124).<br />
Este po<strong>de</strong>r só po<strong>de</strong> existir <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> se erigir uma república. Antes disso n<strong>em</strong> mesmo<br />
há direito à proprieda<strong>de</strong>, visto que, na condição <strong>de</strong> natureza, todos os homens têm direito a<br />
tudo, o que impe<strong>de</strong> a qualquer um dar aquilo que é seu a outr<strong>em</strong>. Efetivamente, a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
justiça, assim como o direito à proprieda<strong>de</strong>, só po<strong>de</strong> existir após a constituição da socieda<strong>de</strong><br />
civil. Isso assim é, porque o critério <strong>de</strong> justiça é <strong>de</strong>terminado com base no cumprimento dos<br />
pactos e os pactos só têm valida<strong>de</strong> após a constituição <strong>de</strong> um po<strong>de</strong>r civil capaz <strong>de</strong> obrigar os<br />
homens ao cumprimento da palavra dada. Mesmo que existam as leis <strong>de</strong> natureza, para<br />
Hobbes é necessária uma garantia <strong>de</strong> que elas serão respeitadas e a segurança do cumprimento<br />
<strong>de</strong> cada uma das leis só é possível após se instaurar um po<strong>de</strong>r por meio do qual os homens<br />
sejam coagidos a acatar as leis.<br />
Para melhor compreen<strong>de</strong>r o que seria tal po<strong>de</strong>r, precisamos recorrer à <strong>de</strong>finição dada<br />
por Hobbes do que seja uma Pessoa. No capítulo XVI do Leviatã, o autor expressa que uma<br />
Pessoa “[...] é aquela cujas palavras ou ações são consi<strong>de</strong>radas quer como suas próprias, quer<br />
como representando as palavras ou ações <strong>de</strong> outro hom<strong>em</strong>, ou <strong>de</strong> qualquer outra coisa a que<br />
sejam atribuídas, seja verda<strong>de</strong> ou ficção” (HOBBES, 2003, p. 138). Hobbes distingue dois<br />
tipos <strong>de</strong> Pessoa: a pessoa natural e a pessoa fictícia ou artificial. Para que exista uma pessoa<br />
jurídica é necessário que exista representação, que se aplica tanto à pessoa natural (quando o<br />
indivíduo atua <strong>em</strong> seu próprio nome) quanto à pessoa artificial (quando o indivíduo atua <strong>em</strong><br />
nome <strong>de</strong> outro). Quando uma pessoa representa outra é possível diferenciar o representante do<br />
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