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o conceito de stato em maquiavel - Unioeste

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epresentante <strong>em</strong> seus atos leva ou assume a pessoa do representado” (ZARKA., 1997, p.<br />

235).<br />

A finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todo hom<strong>em</strong> ao aceitar uma vida restrita, <strong>em</strong> comparação à vida na<br />

condição <strong>de</strong> natureza, é a segurança <strong>de</strong> sua vida. A liberda<strong>de</strong> e o domínio sobre os outros é,<br />

segundo Hobbes, uma característica que marca a vida humana no estado <strong>de</strong> natureza e que<br />

agrada muito a todos, mas, por outro lado, esse estado também gera entre os homens o medo e<br />

a insegurança constantes. Somente a socieda<strong>de</strong> civil é capaz <strong>de</strong> tornar a vida mais estável. O<br />

po<strong>de</strong>r coercitivo instaurado na socieda<strong>de</strong> civil é o único capaz <strong>de</strong> conter as paixões humanas.<br />

Os homens amedrontados pelo castigo que po<strong>de</strong>rão receber cumpr<strong>em</strong> seus pactos e observam<br />

as leis <strong>de</strong> natureza, “[...] porque as leis <strong>de</strong> natureza [...] por si mesmas, na ausência do t<strong>em</strong>or<br />

<strong>de</strong> algum po<strong>de</strong>r que as façam ser respeitadas, são contrárias as nossas paixões naturais, as<br />

quais nos faz<strong>em</strong> ten<strong>de</strong>r para a parcialida<strong>de</strong>, o orgulho, a vingança e coisas s<strong>em</strong>elhantes”<br />

(HOBBES, 2003, p. 143). O que Hobbes preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar aqui é que as leis <strong>de</strong> natureza<br />

não são suficientes para garantir segurança aos homens. Eles só as respeitam quando têm<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazê-lo ou quando se sent<strong>em</strong> seguros o suficiente para isso. Enquanto não há um<br />

po<strong>de</strong>r coercitivo capaz <strong>de</strong> fazer com que os homens respeit<strong>em</strong> as leis, eles recorr<strong>em</strong> ao uso da<br />

força para garantir a segurança <strong>de</strong> suas vidas e <strong>de</strong> seus bens. Com a instauração da república,<br />

t<strong>em</strong>endo os castigos, os homens se ve<strong>em</strong> obrigados a respeitar os pactos firmados e as leis <strong>de</strong><br />

natureza. Para sair do estado <strong>de</strong> guerra, os homens precisam controlar as paixões naturais que<br />

os conduz<strong>em</strong> à parcialida<strong>de</strong>, à satisfação dos <strong>de</strong>sejos egoístas.<br />

Pensando no caso <strong>de</strong> algumas espécies <strong>de</strong> animais, Hobbes admite que algumas <strong>de</strong>las<br />

viv<strong>em</strong> socialmente orientadas apenas por seus apetites particulares. Isso, no entanto, não é<br />

possível à espécie humana e o autor apresenta alguns motivos <strong>de</strong>ssa impossibilida<strong>de</strong>. O<br />

primeiro motivo correspon<strong>de</strong> à competição constante que caracteriza os homens, levando-os a<br />

uma vida <strong>de</strong> guerra; <strong>em</strong> segundo lugar, está o fato <strong>de</strong> que, entre os animais, não há diferença<br />

entre o b<strong>em</strong> comum e o b<strong>em</strong> individual; o terceiro motivo é a ausência da razão entre os<br />

animais, pois a razão é o que faz com que os homens se sintam s<strong>em</strong>pre mais capacitados que<br />

aquele que está no governo; o quarto motivo, correspon<strong>de</strong>nte àquilo que Aristóteles já<br />

<strong>de</strong>clarava, aponta para o fato <strong>de</strong> que os animais, mesmo <strong>em</strong>itindo <strong>de</strong>terminados sons, não<br />

possu<strong>em</strong> o dom da palavra, el<strong>em</strong>ento esse que possibilita aos homens estabelecer juízos <strong>de</strong><br />

bom e mau; o quinto motivo é a <strong>de</strong>claração hobbesiana <strong>de</strong> que, entre os animais, se há<br />

satisfação não há ofensa ao s<strong>em</strong>elhante, já no caso dos homens, quanto maior o grau <strong>de</strong><br />

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