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o conceito de stato em maquiavel - Unioeste

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principados hereditários são mais fáceis <strong>de</strong> manter <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se mantenham as práticas dos<br />

antecessores: “[...] se tal príncipe é <strong>de</strong> engenho ordinário, s<strong>em</strong>pre se manterá no seu <strong>stato</strong>” (O<br />

Príncipe, II). Já no capítulo VI, <strong>em</strong> que o discurso do autor aponta para os novos principados<br />

que, segundo ele, são mais difíceis <strong>de</strong> conquistar, porém mais fáceis <strong>de</strong> manter, o verbo<br />

possessivo novamente aparece: “[...] as dificulda<strong>de</strong>s que se encontram na conquista do<br />

principado nasc<strong>em</strong> <strong>em</strong> parte da nova or<strong>de</strong>m leal e costumes que são forçados a introduzir para<br />

a fundação do seu <strong>stato</strong>” (O Príncipe, VI). A diferença entre o monarca novo e o monarca<br />

hereditário está na relação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. No primeiro caso o po<strong>de</strong>r precisa ser organizado, visto<br />

que o governante acaba <strong>de</strong> se apo<strong>de</strong>rar <strong>de</strong> um novo território; no segundo caso, já existe uma<br />

estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, portanto faz-se necessário ao monarca apenas dar continuida<strong>de</strong> ao<br />

método <strong>de</strong> seus pre<strong>de</strong>cessores. Dessa maneira, parece que po<strong>de</strong>mos afirmar que, se o príncipe<br />

já faz parte <strong>de</strong> uma organização política, ele é um m<strong>em</strong>bro do <strong>stato</strong>.<br />

No capítulo XXI <strong>de</strong> O Príncipe encontramos a ligação pronominal <strong>em</strong> dois momentos.<br />

Maquiavel, utilizando o ex<strong>em</strong>plo do então rei da Espanha, Fernando <strong>de</strong> Aragão, para mostrar<br />

quais são as realizações convenientes a um príncipe que busca ser estimado, profere as<br />

seguintes palavras: “[...] no começo <strong>de</strong> seu reinado, assaltou Granada, e esse <strong>em</strong>preendimento<br />

constituiu a base <strong>de</strong> seu <strong>stato</strong>” (O Príncipe, XXI). Pouco adiante, no fim do capítulo, o autor<br />

aconselha ao príncipe a honrar aqueles homens que se <strong>de</strong>stacam por suas artes: segundo ele, é<br />

necessário incentivá-los a exercer com liberda<strong>de</strong> as suas ativida<strong>de</strong>s. Por isso, conforme<br />

Maquiavel, o príncipe <strong>de</strong>ve “[...] instituir prêmios para os que quiser<strong>em</strong> realizar tais coisas e<br />

parar todos os que, por qualquer maneira, pensar<strong>em</strong> <strong>em</strong> ampliar a sua cida<strong>de</strong> ou o seu <strong>stato</strong>”<br />

(O Príncipe, XXI). Aqui, <strong>em</strong> uma primeira leitura, po<strong>de</strong>ríamos pensar que Maquiavel se<br />

refere ao <strong>stato</strong> com relação ao povo como se fosse algo que lhes pertencesse, e que por eles<br />

pu<strong>de</strong>sse ser ampliado. No entanto, o autor se refere ao <strong>stato</strong> como algo pertencente ao<br />

príncipe.<br />

No capítulo XXIII, Maquiavel diz que um “[...] príncipe pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ve conduzir-se <strong>de</strong><br />

uma terceira maneira, escolhendo no seu <strong>stato</strong> homens sábios” (O Príncipe, XXIII). Segundo<br />

o autor, é necessário a um príncipe possuir bons conselheiros, porém adverte que, <strong>em</strong> regra<br />

geral, mesmo necessitando <strong>de</strong> bons conselheiros, o príncipe ainda precisa ser pru<strong>de</strong>nte por si<br />

mesmo, pois, caso seu conselheiro seja tão bom que entenda <strong>de</strong> tudo, po<strong>de</strong>ria acontecer que<br />

“[...] <strong>em</strong> breve t<strong>em</strong>po lhe tomaria o <strong>stato</strong>”. Ora, consi<strong>de</strong>rando que as pessoas só tiram <strong>de</strong><br />

alguém algo que lhes pertence, po<strong>de</strong>ríamos dizer que Maquiavel se refere ao <strong>stato</strong> como uma<br />

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