17.06.2013 Views

o conceito de stato em maquiavel - Unioeste

o conceito de stato em maquiavel - Unioeste

o conceito de stato em maquiavel - Unioeste

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ex<strong>em</strong>plo dos Discursos <strong>em</strong> que se po<strong>de</strong> notar que o termo <strong>stato</strong> não é utilizado por Maquiavel<br />

no sentido complexo que t<strong>em</strong> o termo na mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>. No proêmio dos Discursos há uma<br />

passag<strong>em</strong> na qual o termo <strong>stato</strong> v<strong>em</strong> associado ao verbo manter. Segundo o comentador, essa<br />

expressão <strong>de</strong>monstra que o contexto aponta apenas para um aspecto da vida política, o sentido<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação ou <strong>de</strong> possessão territorial (CHABOD, 1990, p. 555).<br />

A<strong>de</strong>mais, enquanto Condorelli distinguia três formas a partir das quais o termo <strong>stato</strong><br />

fora utilizado por Maquiavel, Chabod as classifica <strong>de</strong> dois modos: “, <strong>em</strong><br />

Maquiavel, significa antes <strong>de</strong> tudo autorida<strong>de</strong>, pre<strong>em</strong>inência, po<strong>de</strong>r político que se exerce<br />

sobre uma <strong>de</strong>terminada agrupação <strong>de</strong> homens. [...] Porém, também significa extensão<br />

territorial, <strong>em</strong> sentido objetivo” (CHABOD, 1990, p. 552). Essas <strong>de</strong>finições<br />

nos parec<strong>em</strong> ir <strong>em</strong> direção ao mesmo processo <strong>de</strong> subjetivação e objetivação indicado por<br />

Condorelli.<br />

Na maioria dos ex<strong>em</strong>plos citados por Chabod, o termo <strong>stato</strong> aparece, nos escritos <strong>de</strong><br />

Maquiavel, indicando domínio no sentido objetivo, ou seja, domínio territorial ou domínio da<br />

população; ou aparece indicando cida<strong>de</strong>, governo e regime. Não far<strong>em</strong>os a transcrição <strong>de</strong><br />

todos os ex<strong>em</strong>plos dados por Chabod 32 , mas, para ex<strong>em</strong>plificar como o termo aparece com<br />

tais conotações, apontar<strong>em</strong>os um caso <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>ssas significações.<br />

No capítulo II <strong>de</strong> O Príncipe, o comentador indica que Maquiavel utiliza <strong>stato</strong> num<br />

primeiro momento no sentido <strong>de</strong> domínio objetivo, ou seja, territorial e populacional: “[...]<br />

nos stati hereditários e acostumados à linhag<strong>em</strong> <strong>de</strong> seu príncipe [...]”; num segundo momento<br />

Maquiavel retoma o uso expresso inicialmente com a palavra status, o sentido <strong>de</strong> condição<br />

(<strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> soberania ou senhoria jurídica, como elenca Chabod (1990, p. 552): “[...] se<br />

um príncipe é <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> mediana, ele s<strong>em</strong>pre se manterá <strong>em</strong> seu <strong>stato</strong> [...]”.<br />

Chabod indica que, no capítulo XX, há um ex<strong>em</strong>plo <strong>em</strong> que o termo <strong>stato</strong> parece ser<br />

sinônimo <strong>de</strong> governo. A passag<strong>em</strong> <strong>em</strong> questão é sequencial ao mesmo contexto <strong>em</strong> que<br />

Chiappelli indica <strong>stato</strong> no sentido <strong>de</strong> governo: “[...] isto ocorre porque é muito mais fácil<br />

tornar amigos os homens que se contentavam com o <strong>stato</strong> anterior, <strong>em</strong>bora foss<strong>em</strong> inimigos<br />

do príncipe, do que aqueles que por estar<strong>em</strong> <strong>de</strong>scontentes tornaram-se seus amigos e lhe<br />

facilitaram a ocupação.”<br />

Nos Discursos, Chabod indica um caso intrigante dos usos terminológicos feitos por<br />

Maquiavel. O escritor florentino utiliza-se do termo cida<strong>de</strong> <strong>em</strong> um contexto que, <strong>de</strong> acordo<br />

com Chabod, correspon<strong>de</strong> ao Estado Mo<strong>de</strong>rno. Maquiavel, que inicia a obra supracitada<br />

32 Os <strong>de</strong>mais ex<strong>em</strong>plos são citados por Chabod entre as páginas 552 e 556 dos Escritos sobre el Renacimiento.<br />

44

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!