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o conceito de stato em maquiavel - Unioeste

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ebeliões da Espanha, França e Grécia contra os romanos por causa dos inúmeros principados<br />

que exist<strong>em</strong> naqueles stati”. Outro ex<strong>em</strong>plo <strong>em</strong> que <strong>stato</strong> t<strong>em</strong> conotação territorial t<strong>em</strong> um<br />

sentido <strong>de</strong> “potência político territorial”. Essa noção, <strong>de</strong> acordo com Chiappelli, é<br />

caracterizada pela presença <strong>de</strong> adjetivos quantitativos que acompanham o termo <strong>stato</strong>: tanto,<br />

mais, muito, pouco, etc. No capítulo XX, avaliando as forças <strong>de</strong> um principado, Maquiavel<br />

diz que é preciso averiguar “[...] se um príncipe dispõe <strong>de</strong> tanto <strong>stato</strong> 22 para governar por si<br />

mesmo ou se precisa s<strong>em</strong>pre ser <strong>de</strong>fendido por outros”; no capítulo XXIV diz, <strong>de</strong> Filipe da<br />

Macedônia,<br />

[...] não o pai <strong>de</strong> Alexandre, mas o que foi <strong>de</strong>rrotado por Tito Quíncio, não tinha um<br />

gran<strong>de</strong> <strong>stato</strong>, comparado à gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> Roma e da Grécia que o atacaram; entretanto<br />

sendo um militar que sabia agradar o povo e conter os gran<strong>de</strong>s, sustentou por muitos<br />

anos a guerra contra aqueles e, se ao final per<strong>de</strong>u o domínio <strong>de</strong> algumas cida<strong>de</strong>s,<br />

conseguiu conservar o reino.<br />

Além <strong>de</strong>sses casos expostos até aqui, os outros ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> conotação específica do<br />

uso do termo <strong>stato</strong> têm, segundo Chiappelli, o significado <strong>de</strong> “autonomia política”: no<br />

capítulo XII Maquiavel investiga as razões pelas quais a Itália ficou por muitos anos<br />

governada por exércitos mercenários, quando o autor <strong>de</strong>screve que é necessário enten<strong>de</strong>r<br />

“como nestes últimos t<strong>em</strong>pos 23 , <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o império começou a ser rejeitado pela Itália e o<br />

papa adquiriu maior reputação na esfera t<strong>em</strong>poral, dividiu-se a Itália <strong>em</strong> maior número <strong>de</strong><br />

stati”; “diferença entre organismo nacional e autorida<strong>de</strong> local”: <strong>de</strong>screvendo a razão pela qual<br />

tanto o grão-turco quanto o sultão <strong>de</strong>v<strong>em</strong> satisfazer antes aos soldados que ao povo,<br />

Maquiavel diz que “[...] estando o seu reino (do sultão) inteiramente <strong>em</strong> mãos dos soldados,<br />

também ele precisa conservar sua amiza<strong>de</strong> s<strong>em</strong> preocupar-se com o povo. É preciso notar que<br />

o <strong>stato</strong> do sultão é distinto <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>mais principados [...] (O Príncipe, XIX).”;<br />

significado “político-militar”: quando da conquista <strong>de</strong> um <strong>stato</strong> novo, Maquiavel adverte ao<br />

conquistador que se <strong>de</strong>sarm<strong>em</strong> os soldados “[...] <strong>de</strong> modo que todos os exércitos naquele <strong>stato</strong><br />

inteiro sejam compostos dos teus próprios soldados, que viviam próximos <strong>de</strong> ti no teu <strong>stato</strong><br />

antigo” (O Príncipe, XX); significado <strong>de</strong> “governo”: no capítulo XX Maquiavel diz que um<br />

<strong>stato</strong> novo po<strong>de</strong> ser conquistado com a ajuda dos cidadãos pertencentes ao antigo <strong>stato</strong>. Esses,<br />

22 Na tradução publicada pela Martins Fontes, o termo <strong>stato</strong> é traduzido por território.<br />

23 Em nota explicativa, na tradução publicada pela Martins Fontes está a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> que esse t<strong>em</strong>po ao qual<br />

Maquiavel se refere compreen<strong>de</strong> o período que vai da queda <strong>de</strong> Arrigo VII(1311) até a <strong>de</strong> Carlos IV (1355-<br />

1368). (O Príncipe, 2004, p. 170, nota 20).<br />

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