o conceito de stato em maquiavel - Unioeste
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Em O Príncipe, quando Maquiavel analisa o que levou <strong>de</strong>terminados imperadores <strong>de</strong><br />
Roma à ruína, observa-se que o termo <strong>stato</strong> é utilizado pelo autor para falar no <strong>stato</strong> <strong>em</strong> sua<br />
totalida<strong>de</strong> étnico-territorial: “Depois <strong>de</strong>ste início, restava a Severo dois obstáculos até se<br />
apossar <strong>de</strong> todo o <strong>stato</strong>” (O Príncipe, XIX). Já nos <strong>de</strong>mais casos que citar<strong>em</strong>os, Maquiavel<br />
refere-se às partes singulares <strong>de</strong>ssa totalida<strong>de</strong>: <strong>stato</strong> como domínio <strong>de</strong> uma república:<br />
referindo-se a ocorridos <strong>em</strong> Florença Maquiavel diz “[...] quero dar dois ex<strong>em</strong>plos disso,<br />
ocorridos <strong>em</strong> nossos t<strong>em</strong>pos, no <strong>stato</strong> <strong>de</strong> nossa cida<strong>de</strong>” (Discursos I, 38); <strong>stato</strong> como<br />
província <strong>de</strong> uma monarquia: no capítulo III <strong>de</strong> O Príncipe, Maquiavel cita o grão-turco como<br />
ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> conquistadores que vão residir o local conquistado para assegurar sua posse: “[...]<br />
assim o fez o grão-turco na Grécia 16 : mesmo observando todas as outras medidas para<br />
assegurar aquele <strong>stato</strong>, não o teria mantido se não tivesse se transferido para lá”; <strong>stato</strong> como<br />
Estado in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte: sobre stati como os da França, <strong>de</strong> acordo com o autor, encontra-se mais<br />
facilida<strong>de</strong> <strong>em</strong> ocupar e mais dificulda<strong>de</strong> <strong>em</strong> conservar, Maquiavel diz “[...] com facilida<strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>s entrar neles, conquistando a aliança <strong>de</strong> algum barão do reino, pois s<strong>em</strong>pre se encontram<br />
<strong>de</strong>scontentes e pessoas com <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> inovar, que, pelas razões citadas, po<strong>de</strong>rão abrir-te<br />
caminho para <strong>de</strong>ntro do <strong>stato</strong> e facilitar a tua vitória” (O Príncipe, IV); ainda no capítulo IV,<br />
Maquiavel usa o termo <strong>stato</strong> para referir-se a um domínio feudal: relatando que os<br />
principados são governados ou por um príncipe ao qual todos os <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>v<strong>em</strong> servir ou por<br />
um príncipe e barões que participam do governo <strong>de</strong>vido a Antiguida<strong>de</strong> da linhag<strong>em</strong>, <strong>de</strong> tais<br />
barões Maquiavel diz que “[...] possu<strong>em</strong> stati e súditos próprios que os reconhec<strong>em</strong> como<br />
senhores e nutr<strong>em</strong> por eles natural afeição” (O Príncipe, IV); <strong>stato</strong> indicando m<strong>em</strong>bros<br />
singulares: no capítulo <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> O Príncipe, Maquiavel caracteriza os Principados <strong>de</strong><br />
duas formas principais: novos ou hereditários, dos principados novos ele diz que “[...] ou são<br />
inteiramente novos, como foi Milão para Francesco Sforza, ou são como m<strong>em</strong>bros anexados<br />
ao <strong>stato</strong> hereditário do príncipe que os <strong>de</strong>tém, como é o reino <strong>de</strong> Nápoles para o rei da<br />
Espanha” (O Príncipe, I); <strong>stato</strong> referindo-se à união pessoal dos Estados:<br />
[...] quando um príncipe, porém, conquista um <strong>stato</strong> novo, que é anexado ao seu<br />
<strong>stato</strong> antigo, faz-se necessário <strong>de</strong>sarmar aquele <strong>stato</strong>, exceto os que te apoiaram na<br />
conquista; mesmo estes, com o t<strong>em</strong>po e ocasião, será preciso torná-los fracos e<br />
<strong>de</strong>bilitados, <strong>de</strong> modo que todos os exércitos naquele <strong>stato</strong> inteiro sejam compostos<br />
dos teus próprios soldados, que viviam próximos <strong>de</strong> ti no teu <strong>stato</strong> antigo. (O<br />
Príncipe, XX).<br />
16 Quando Maquiavel fala <strong>em</strong> Grécia, está se referindo ao Império Bizantino na Europa. Após a Queda <strong>de</strong><br />
Constantinopla, completou-se o império turco na zona europeia.<br />
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