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o conceito de stato em maquiavel - Unioeste

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in<strong>de</strong>pendência do Estado com relação a outras instituições, tal como a Igreja. Além <strong>de</strong>sses,<br />

ainda t<strong>em</strong>os dois el<strong>em</strong>entos materiais importantíssimos para a construção da forma <strong>de</strong> Estado:<br />

são eles território e povo. É somente com o Estado Mo<strong>de</strong>rno que se passa a <strong>de</strong>limitar com<br />

precisão o território sobre o qual se exercerá, com plenos direitos, <strong>de</strong>terminado po<strong>de</strong>r<br />

soberano. Do mesmo modo acontece com a noção <strong>de</strong> povo, que passa a ser pensado a partir<br />

<strong>de</strong> vínculos jurídicos e adquire a condição <strong>de</strong> cidadãos do Estado, caracterizando-se como<br />

sujeitos <strong>de</strong> direitos e <strong>de</strong>veres.<br />

Finalizando este texto, vamos direcionar nossa pesquisa aos escritos políticos <strong>de</strong> Bodin<br />

e <strong>de</strong> Hobbes. Ambos os autores apresentaram os fundamentos teóricos sob os quais a noção<br />

mo<strong>de</strong>rna <strong>de</strong> Estado foi construída. Bodin foi o primeiro teórico a sist<strong>em</strong>atizar a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

soberania, <strong>de</strong>dicando todo um capítulo <strong>de</strong> sua obra Les Six Livres <strong>de</strong> La République ao<br />

esclarecimento do termo. Hobbes, além <strong>de</strong> pensar a constituição do Estado a partir da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

um po<strong>de</strong>r soberano, <strong>de</strong>senvolve a noção <strong>de</strong> representação política, por meia da qual o Estado<br />

passa a ser pensado a partir da <strong>de</strong>spersonalização. Embora Bodin e Hobbes pens<strong>em</strong> a natureza<br />

da soberania <strong>de</strong> forma diferente, os dois autores tratam-na como el<strong>em</strong>ento fundamental à<br />

constituição do Estado civil. É após a análise <strong>de</strong>sses el<strong>em</strong>entos indicados como termos<br />

constituintes <strong>de</strong> Estado que po<strong>de</strong>mos pensar <strong>em</strong> que medida se encontram, no <strong>stato</strong> <strong>de</strong><br />

Maquiavel, el<strong>em</strong>entos que contribu<strong>em</strong> para a elaboração mo<strong>de</strong>rna do termo.<br />

No terceiro capítulo vamos apresentar como Maquiavel pensa a ação política,<br />

<strong>de</strong>stacando dois pontos que nos parec<strong>em</strong> essenciais para pensar a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu<br />

pensamento: sua teoria acerca da inconstância do caráter humano e a noção <strong>de</strong> fundação e<br />

conservação do vivere civile. Contrariamente a Aristóteles, que pensava a vida <strong>em</strong> socieda<strong>de</strong> a<br />

partir <strong>de</strong> uma propensão natural dos homens, e contrário à i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>senvolvida na mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong><br />

por Hobbes e <strong>de</strong>mais pensadores contratualistas, <strong>de</strong> que a socieda<strong>de</strong> política é constituída por<br />

um ato voluntário e racional dos indivíduos, Maquiavel, pensando na inconstância dos<br />

humores humanos e <strong>em</strong> seu caráter ten<strong>de</strong>ncioso, <strong>de</strong>monstra que é ao <strong>stato</strong> que cabe a função<br />

<strong>de</strong> organizar os homens socialmente. E aqui o autor enfatiza a figura do fundador, pois, se não<br />

há possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> confiar a instauração da socieda<strong>de</strong> à natureza humana, ou a uma<br />

percepção racional, é preciso que ela se estabeleça através da ação do hom<strong>em</strong> <strong>de</strong> virtù. O<br />

autor florentino pensa a instauração da socieda<strong>de</strong> civil como produto do conflito, já que o<br />

comportamento egoísta dos homens cria um cenário <strong>de</strong> constante <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m. É por meio da<br />

violência, do recurso à força e às armas que o <strong>stato</strong> é constituído. Mas, o mais intrigante no<br />

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