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Diversidade na educação : reflexões e experiências - Cereja

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O Projeto de Formação de Professores Indíge<strong>na</strong>s em Nível Superior – 3º Grau<br />

Indíge<strong>na</strong>, trata-se de uma proposta de ensino ancorada numa <strong>educação</strong> específica e<br />

diferenciada, voltada para a realidade das comunidades indíge<strong>na</strong>s, num constante diálogo<br />

intercultural entre os diversos saberes. Tem como propósito formar professores indíge<strong>na</strong>s<br />

em serviço para o exercício da docência <strong>na</strong>s escolas das aldeias, respeitando a cosmovisão<br />

e os valores das diferentes etnias.<br />

Na esteira de outros projetos de formação em serviço desenvolvidos no Estado<br />

de Mato Grosso (Projeto I<strong>na</strong>já, Projeto Tucum, Licenciaturas Parceladas, Módulos<br />

Temáticos, Projeto Urucum/Pedra Brilhante, entre outros), o Projeto 3º Grau Indíge<strong>na</strong><br />

também foi idealizado nessa modalidade diferenciada de formação, onde o professor/<br />

cursista realiza o seu processo de formação concomitante com o exercício da docência,<br />

atendendo assim os preceitos da legislação e a demanda existente pela qualificação e<br />

habilitação de profissio<strong>na</strong>is para o trabalho <strong>na</strong>s escolas de ensino fundamental e médio.<br />

Essas <strong>experiências</strong> vivenciadas no Estado de projetos e programas de formação<br />

em serviço, em particular <strong>na</strong> Universidade do Estado de Mato Grosso, foram fundamentais<br />

para a consolidação do 3º Grau Indíge<strong>na</strong>. Possibilitaram que, ao longo de mais de dez<br />

anos formando professores leigos para o exercício da docência, adquiríssemos uma<br />

considerável experiência <strong>na</strong> prática pedagógica, <strong>na</strong> estruturação e <strong>na</strong> articulação política<br />

desse modelo de formação de professores.<br />

Estão sendo oferecidos três cursos de licenciatura <strong>na</strong>s áreas de Ciências<br />

Matemáticas e da Natureza, Ciências Sociais e Línguas, Artes e Literatura.<br />

A abertura para a inserção nos cursos dos saberes étnicos e dos processos<br />

pedagógicos próprios de ensino e aprendizagem têm garantido, <strong>na</strong> prática, o exercício do<br />

diálogo intercultural, possibilitando a ressignificação de conteúdos e metodologias,<br />

afastando-se assim da visão universalista e monocultural imprimida às minorias étnicas<br />

no processo educacio<strong>na</strong>l civilizatório amplamente implementado <strong>na</strong> história da <strong>educação</strong><br />

escolar indíge<strong>na</strong> brasileira (Governo do Estado de MT, 2001).<br />

A partir dessa proposta intercultural <strong>na</strong> prática educativa, é que o projeto<br />

desenvolve estratégias que garantem as discussões dos conhecimentos de caráter geral e<br />

específico de cada área de estudo, propiciando o reconhecimento das diferenças, ao mesmo<br />

tempo em que estabelece uma relação crítica com os conhecimentos universais por meio<br />

da problematização dos conteúdos e da valorização do professor indíge<strong>na</strong> como sujeito<br />

nessa relação.<br />

O projeto não tem a pretensão de ensi<strong>na</strong>r todos os conhecimentos existentes da<br />

sociedade não-índia, nem seria possível isso, mas procura, a partir de opções curriculares,<br />

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