Diversidade na educação : reflexões e experiências - Cereja

More documents

Recommendations

Info

performáticas, mas também na edificação de valores humanos, ético-relacionais, cuja dimensão prática, nas lutas empreendidas cotidianamente pelas populações negras da região, é evidente: a astúcia em arranjar cotidianamente a sobrevivência; a solidariedade como imperativo ético nas relações intra e inter-grupos; a fé na vida como possibilidade e devir, a certeza de que tudo pode melhorar. Os pressupostos básicos da pesquisa, sustentados na articulação entre memória e história, informam que as sociabilidades e modos de vida não-hegemônicos dos grupos negros pesquisados, expressos das mais variadas formas no universo amplo da cultura, produzem valores e significados que configuram identidades e conferem sentidos à sua existência social. Mais do que isso, as próprias narrativas, expressando o vivido tal qual concebido, via memória dos depoentes, indicam que essas identidades e sentidos não devem ser vistos como características definitivas ou essenciais cristalizadas de uma vez por todas, mas como resultados provisórios, porque contextuais, históricos, de um processo agonístico de resistências e acomodações em relação aos vetores impositivos dos estratos hegemônicos da cultura. Contemporaneamente, é no interior desta arena conflituosa, permeada pelas injunções da história, que se constroem e se reconstroem valores, que se avaliam as possibilidades de que esses valores contribuam para o aperfeiçoamento da nossa civilização, não só através dos processos de elaboração de políticas educacionais e currículos escolares mas, sobretudo, através de uma nova cultura política que interiorize nossa memória própria e a nossa história afro-descendente como instituidoras de novas formas de se organizar as relações humano-socias, nas diferenças e nas semelhanças. Referências BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito da história. In: _____. Obras Escolhidas: Magia e técnica, arte e política. 3ª ed. São Paulo, SP: Brasiliense, 1987; pp. 222-232. CHALHOUB, Sidney. Cidade Febril: cortiços e epidemias na corte imperial. São Paulo, SP: Cia. das Letras, 1996. GILROY, Paul. O Atlântico Negro. Rio de janeiro, RJ: Editora 34, 2001. HALL, Stuart. Identidade Cultural e Diáspora: “cidadania”. Organizado por Antonio Augusto Arantes. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Brasília, DF, pp. 68-75, 1996. SLENES, Robert. Malungo n´goma vem!: África coberta e descoberta do Brasil. Revista USP, São Paulo, SP, nº 12, pp. 48-67, 1991/1992. _____. Na senzala, uma flor. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira, 1999. 34
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A DIVERSIDADE E A IDENTIDADE NEGRA NO BRASIL Kabengele Munanga 35 3
Page 1 and 2: DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO REFLEXÕE
Page 3 and 4: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARI
Page 5 and 6: 1 2 3 4 5 6 7 SUMÁRIO Apresentaç
Page 7 and 8: 5 APRESENTAÇÃO É indubitável o
Page 9: movimento indígena para apoiar a e
Page 12 and 13: com Grupioni e Novantino P. de Âng
Page 15: DIREITO E LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL
Page 18 and 19: políticas de promoção da igualda
Page 20 and 21: Este fenômeno ilustra, de um lado,
Page 22 and 23: A autorização, que se distingue d
Page 24 and 25: atificação pelo Presidente da Rep
Page 26 and 27: “Art. 29. 1. Os Estados Partes re
Page 29: VALORES CIVILIZATÓRIOS AFRO-BRASIL
Page 32 and 33: valores brancos hegemônicos, mesmo
Page 34 and 35: no interior da própria escravidão
Page 39 and 40: Tem toda razão o autor da frase
Page 41 and 42: conjunto coerente de atributos cult
Page 43 and 44: não negociável: “Todos os homen
Page 45 and 46: Sobre essa primeira perspectiva vei
Page 47 and 48: Recentemente, uma análise similar
Page 49 and 50: cultural, oferecem exemplos de dois
Page 51: Mead e Baldwin. O Racismo Ao Vivo (
Page 55 and 56: Nesse texto procuro destacar alguns
Page 57 and 58: tomar o capital como “demoníaco
Page 59 and 60: É esse “universalismo” 4 que t
Page 61 and 62: esultados da luta dos movimentos ne
Page 63 and 64: poder-se-ia entender porque as elab
Page 65 and 66: articulação do discurso que faz d
Page 67: SCHWARCZ, Lilia K. Moritz. Questão
Page 71 and 72: Resumo: A reflexão sobre educaçã
Page 73 and 74: espeito à diferença. Coloca-nos,
Page 75 and 76: Isso não quer dizer que é só a p
Page 77 and 78: prática educativa, a relação com
Page 79: POLÍTICAS EDUCACIONAIS PARA AFRO-B
Page 82 and 83: popular em detrimento do potencial
Page 84 and 85: um quadro de si mesmas redutor, des
Page 86 and 87:
O problema que se coloca é que o l
Page 88 and 89:
e vê no ideário da mestiçagem n
Page 90 and 91:
ii) mesmo que se isolem estatistica
Page 93:
CURSO SUPERAÇÃO - PRÉ-VESTIBULAR
Page 96 and 97:
Grande do Sul encontram-se em desva
Page 98 and 99:
mestres. Os demais são licenciados
Page 101 and 102:
POSSO SER O QUE VOCÊ É, SEM DEIXA
Page 103 and 104:
I - A muralha No ano de 1977, quatr
Page 105 and 106:
a dar maior importância para o jov
Page 107 and 108:
POLÍTICAS EDUCACIONAIS COM OS POVO
Page 109 and 110:
A consolidação das conquistas que
Page 111 and 112:
A aprovação da Lei de Diretrizes
Page 113 and 114:
EDUCAÇÃO EM CONTEXTO DE DIVERSIDA
Page 115 and 116:
Em primeiro lugar, quero registrar
Page 117 and 118:
Feita esta introdução, gostaria d
Page 119 and 120:
“unidades próprias, autônomas e
Page 121 and 122:
Concluindo: rumo à constituição
Page 123 and 124:
Fontes para a reflexão: referênci
Page 125 and 126:
FORMAÇÃO DE PROFESSORES INDÍGENA
Page 127 and 128:
O Projeto de Formação de Professo
Page 129 and 130:
Ao término de cada Etapa Intensiva
Page 131 and 132:
EDUCAÇÃO NA VISÃO DO PROFESSOR I
Page 133 and 134:
1.1 - Educação indígena Falar em
Page 135 and 136:
progressivamente e harmoniosamente,
Page 137 and 138:
Plano Nacional de Educação, que a
Page 139 and 140:
Ø A falta de relação escola/comu
Page 141 and 142:
VALORES CIVILIZATÓRIOS INDÍGENAS
Page 143 and 144:
Pluralismo é um princípio gerador
Page 145 and 146:
Nesse movimento contínuo de fazime
Page 147 and 148:
Entre os temas articulados à quest
Page 149 and 150:
O entendimento desse caráter comum
Page 151 and 152:
luta constante pela conservação e
Page 153 and 154:
para o real concreto das sociedades
Page 155 and 156:
COSTA, S. Formas e dilemas do anti-
Page 157 and 158:
EXPERIÊNCIA INOVADORA O CEAFRO: PR
Page 159 and 160:
O Ceafro é um programa de educaç
Page 161 and 162:
sores em ensinar, isentando, assim,
Page 163 and 164:
PROPOSTAS E RECOMENDAÇÕES DO COLE
Page 165 and 166:
I - Sobre o encontro O presente tex
Page 167 and 168:
Estadual de Educação do Rio de Ja
Page 169 and 170:
acial. O próprio Programa Diversid
Page 171 and 172:
7. Esta mesma política deverá ser
Page 174:
Ministério da Educação
show all

Diversidade na educação : reflexões e experiências - Cereja

Create successful ePaper yourself

Delete template?

Save as template?