Diversidade na educação : reflexões e experiências - Cereja
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Os integracionistas, apesar de reconhecerem as desigualdades raciais,<br />
recusam as políticas de ação afirmativa, não porque as considerem<br />
ineficientes para construir a igualdade de oprtunidades, mas pelo temor<br />
de que elas obliterem as identidades existentes e a possibilidade efetiva<br />
de convivência entre os diferentes grupos demográficos. Os igualitaristas<br />
querem combater a ordem social iníqua, mas para isso esperam que o<br />
Estado não ape<strong>na</strong>s institua políticas compensatórias, como também<br />
trabalhe em prol da construção, contra a vontade dos atores sociais, de<br />
uma sociedade racializada (Costa, 2002, p.120).<br />
De acordo com Costa as ações afirmativas são defensáveis mesmo em uma<br />
concepção liberal de política, uma vez que a neutralidade liberal pode ser interpretada<br />
sob três perspectivas acima mencio<strong>na</strong>das. Assim, o que presenciamos, paradoxalmente<br />
no Brasil, é uma crítica veemente mas pouco fundamentada da imprensa ao que ela própria<br />
passou a chamar equivocadamente de cotas para negros, um debate muito inicial e<br />
complexo entre os intelectuais de diferentes matizes, teóricos e políticos, sobre como<br />
compatibilizar universalismo e respeito a diferença e, por fim, a intervenção estatal que<br />
pressio<strong>na</strong>da por grupos e movimentos sociais, aparentemente, tem avançado no sentido<br />
de consolidar uma sociedade representativamente diversa e democrática.<br />
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