Diversidade na educação : reflexões e experiências - Cereja
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Plano Nacio<strong>na</strong>l de Educação, que aponta uma trajetória da <strong>educação</strong> escolar indíge<strong>na</strong><br />
nos campis das universidades brasileiras.<br />
Na verdade, o processo de mudanças, ainda em andamento, sem dúvida tem<br />
como marco a promulgação da Constituição de l988, que em seu art. 231, deixa claro:<br />
“São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições,<br />
e os direitos originários sobre as terras que tradicio<strong>na</strong>lmente ocupam, competindo à União<br />
demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”.<br />
1.4 - Experiências de cursos inovadores.<br />
O movimento indíge<strong>na</strong>, em particular os professores indíge<strong>na</strong>s, vêm ao longo<br />
dos anos implementando <strong>experiências</strong> de construção de modelos de <strong>educação</strong> escolar<br />
indíge<strong>na</strong>s, diferenciadas e baseadas no ensino bilíngüe. Podemos destacar o Curso de<br />
Professores Ticu<strong>na</strong> Bilíngüe, desenvolvido nos municípios do Alto Solimões, que formou<br />
mais de 250 professores de Ensino Fundamental. No Alto Rio Negro está sendo<br />
desenvolvido o Curso de Formação Antropológica e Pedagógica, beneficiando 60<br />
professores. No Acre, há <strong>experiências</strong> de projetos de publicação de livros didáticos de<br />
autoria dos índios. Em Roraima, no ano de 1994, iniciou a formação de professores em<br />
nível de magistério. A execução do Projeto de Magistério Indíge<strong>na</strong> colaborou sobretudo<br />
para atender à demanda de formação dos professores indíge<strong>na</strong>s. Foram formados 470<br />
professores indíge<strong>na</strong>s da secretaria Estadual. Em 1998, este projeto ganhou o Prêmio<br />
Paulo Freire da Fundação Roberto Marinho.<br />
Um dos eixos metodológicos do Projeto de Formação em Magistério estava<br />
centrado <strong>na</strong> investigação de aspectos culturais dos povos locais. As pesquisas funcio<strong>na</strong>vam<br />
também como um meio de integrar as comunidades à formação. Contudo, não houve<br />
uma preocupação com a sistematização e produção de livros didáticos, não obstante a<br />
riqueza de material coletado. Esta breve avaliação aponta para a necessidade de<br />
repensarmos os futuros programas de formação.<br />
A formação dos professores indíge<strong>na</strong>s em nível de 3o grau é uma das preocupações<br />
atuais da OPIR, pois há somente dois professores indíge<strong>na</strong>s formados no ensino superior<br />
em licenciatura e trinta e oito em processo de formação.<br />
Até o presente momento, a OPIR organizou dois Seminários sobre Ensino Superior<br />
Indíge<strong>na</strong>, com a participação de professores, lideranças e representantes indíge<strong>na</strong>s, bem<br />
como representantes da UFRR, fu<strong>na</strong>i, MEC, Secretaria de Educação do Estado e assessores<br />
de universidades brasileiras para discutir um projeto político pedagógico de formação<br />
diferenciada em nível de 3º grau. Também organizou, no presente ano, um Curso de<br />
Preparação para o Concurso Público para o Magistério e específico para professores<br />
indíge<strong>na</strong>s, no qual participaram 460 professores indíge<strong>na</strong>s. Da mesma forma, vêm sendo<br />
desenvolvidas Ofici<strong>na</strong>s Regio<strong>na</strong>is de Desenho, Produção de Textos e o Projeto Anikê, que<br />
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