Revista Economia n. 13.pmd - Faap
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entre Japão, Coréia do Sul e China, no fórum de discussões da Associação das<br />
Nações do Sudeste Asiático (Asean), também deixaram de ser realizados. Desta<br />
forma, desde o segundo semestre de 2001 (alguns meses após a posse de Koizumi)<br />
as reuniões entre o alto escalão de Japão e China deixaram de ocorrer e os<br />
trabalhos essenciais coordenados pelas burocracias acabaram se deteriorando.<br />
Perante tal situação, Koizumi se limitou a declarar que:<br />
“Não tomava o crescimento da China como uma ameaça, mas uma<br />
oportunidade, que sentia remorso pelo passado japonês e que suas visitas ao<br />
Yasukuni eram realizadas de forma solene, com o intuito de orar pelos mortos<br />
de guerra e pedir por paz, sem intenções de glorificar o passado” (TOGO, 2006,<br />
p. 5, tradução do autor).<br />
Sendo esses os objetivos reais das visitas ao Yasukuni ou não, fato é que essa<br />
prática só lhe rendeu maiores problemas. Quem incorria em maiores prejuízos<br />
era o Japão, pois a “deterioração nas relações [com a China] não podia acontecer<br />
em um pior momento, já que o Japão tentava desenvolver uma política voltada<br />
para um relacionamento futuro com a região da Ásia” (FUJIWARA, 2005, p.<br />
51, tradução do autor). De acordo com Calder (2006, p. 135, tradução do autor):<br />
“O Santuário Yasukuni é uma questão que espalha [...] uma má impressão<br />
com relação à política externa japonesa, má impressão esta que corrói a eficiência<br />
da diplomacia japonesa tanto a nível regional quanto global.”<br />
Prova de que este posicionamento era ruim para o Japão foi o fato de vários<br />
parlamentares e seis ex-primeiros-ministros tomarem a atitude de aconselhar<br />
Koizumi a cessar as visitas ao santuário, atitude esta que até então nunca havia<br />
acontecido. Além disso, cinco dos seis principais jornais japoneses passaram a se<br />
opor às visitas de Koizumi.<br />
Por serem ambas candidatas ao posto de potências regionais, o Japão e<br />
China ainda protagonizaram outras situações de conflito que serão vistas nos<br />
subtópicos seguintes.<br />
2.3 2.3 Conflitos Conflitos regionais regionais<br />
regionais<br />
Por conflitos regionais entendem-se três tipos diferentes de disputas, sendo<br />
a primeira de caráter territorial, a segunda de caráter econômico e a terceira<br />
envolvendo a produção de armas de destruição em massa. Partindo deste<br />
princípio, inicia-se este subtópico pelas disputas de caráter regional.<br />
O Japão é uma ilha que, desde o fim do século XIX até o término da<br />
Segunda Guerra Mundial, procurou expandir seu território, visando garantir<br />
recursos naturais e humanos considerados essenciais para sua sobrevivência.<br />
Entretanto, com o término da Segunda Guerra e a assinatura do Tratado de São<br />
Francisco, o Japão se comprometeu a retornar todos os territórios anexados após<br />
1895. Este acontecimento, aliado ao fato de o Japão ser uma ilha cercada por<br />
A Era Koizumi: um balanço político com ênfase na política externa japonesa, Mateus Silva Chang, p. 5-18<br />
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