Revista Economia n. 13.pmd - Faap
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2.3. 2.3. Sobre-reação<br />
Sobre-reação<br />
De Bondt e Thaler (1985 apud FONTE e CARMONA, 2005) afirmam<br />
que o fenômeno de sobre-reação3 já havia sido descrito por Keynes em 1936.<br />
O termo refere-se a um comportamento incompatível com a racionalidade,<br />
consistindo numa reação do mercado de forma exagerada às previsões tradicionais.<br />
Na prática, a sobre-reação permite a utilização de estratégias operacionais,<br />
conhecidas como estratégias contrárias4 , aproveitando-se da anormalidade<br />
observada. Um dos argumentos para a existência de sobre-reações fundamentase<br />
na possibilidade de os investidores penalizarem ações percebidas como ruins e<br />
valorizarem ações percebidas como boas. O outro argumento baseia-se no<br />
aspecto comportamental visto anteriormente, o excesso de confiança, que leva<br />
os investidores a valorizar de forma exagerada determinados ativos (KIMURA,<br />
2002).<br />
Um exemplo de sobre-reação pode ser dado pela análise do índice5 P/L<br />
das ações, que permite observar que os baixos índices representam ações subavaliadas<br />
que obtêm retornos adicionais. Segundo Damodaran (2003), as ações<br />
de baixo índice caracterizam-se pelo crescimento lento, porte grande e negócios<br />
estáveis, fatores que deveriam contribuir para reduzir seu risco em vez de<br />
aumentá-lo, não levando em conta as finanças comportamentais. No âmbito<br />
das finanças comportamentais, a explicação para esta anomalia baseia-se na<br />
sobre-reação, ou seja, os ativos de baixo P/L são considerados sub-avaliados<br />
devido ao fato de os investidores tenderem a ficar demasiadamente pessimistas<br />
com as séries de lucros inadequados ou outras notícias negativas (Idem, ibidem).<br />
A hipótese de sobre-reação no mercado de ações contradiz os pressupostos<br />
da Hipótese de Mercados Eficientes. A confirmação daquela hipótese estaria<br />
ligada a uma ineficiência da forma fraca, formas forte e semi-forte. Os preços<br />
sujeitos à sobre-reação não estão racionalmente fundamentados nos fluxos de<br />
caixa esperados dos dividendos. Ou seja, a divulgação de informações boas ou<br />
ruins sobre determinada ação pode levar à queda ou aumento significativos no<br />
preço, tendendo a retornar ao valor fundamental quando os investidores<br />
perceberem que a reação foi exagerada.<br />
2.4. 2.4. Sub-reação<br />
Sub-reação<br />
O mercado, frente às características comportamentais dos investidores, pode<br />
sub-reagir, havendo demora na incorporação das informações relevantes no<br />
processo de negociação dos ativos (KIMURA, 2002). Como acontece com as<br />
sobre-reações, na prática, as sub-reações também permitem a adoção de<br />
estratégias operacionais. De modo geral, a sub-reação permite aplicar estratégias<br />
de momento6 . Um aspecto comportamental é associado a este tipo de estratégia:<br />
conservadorismo. De acordo com Edwards (1964 apud Idem, ibidem), existe<br />
182<br />
3 Overreaction (expressão em inglês).<br />
4 Baseia-se na compra de ativos com desempenho ou características desfavoráveis e venda de ativos com<br />
desempenho ou características passadas excelentes.<br />
5 Preço em relação ao lucro.<br />
6 Consiste em comprar carteiras vencedoras no passado e vender a descoberto carteiras perdedoras no<br />
passado.<br />
<strong>Revista</strong> de <strong>Economia</strong> & Relações Internacionais, vol.6(13), 2008