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Revista Economia n. 13.pmd - Faap

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pesadamente na Bolsa de Valores e na Bolsa de Mercadorias e Futuros, motivando<br />

futuros trabalhos empíricos que expliquem adequadamente o comportamento<br />

dos investidores em condições de risco no Brasil.<br />

A volatilidade das ações e commodities, dentre outros ativos, revela muitos<br />

comportamentos interessantes, que evidenciam a complexidade das reações<br />

humanas. É possível observar que inúmeros fenômenos e comportamentos no<br />

mercado financeiro não conseguem respostas ou têm apenas respaldo parcial da<br />

Hipótese dos Mercados Eficientes e da Teoria das Expectativas Racionais. As<br />

aparentes anomalias evidenciadas nas últimas décadas em estudos com preços<br />

de ativos financeiros representam distorções em relação aos pressupostos<br />

neoclássicos, questionando o Homo economicus e a sua base: o comportamento<br />

racional dos agentes econômicos, a precisão em maximizar a utilidade esperada<br />

e a capacidade de o agente econômico absorver todas as informações disponíveis.<br />

Desta forma, por meio de uma breve revisão bibliográfica, o texto a seguir<br />

retrata, primeiramente, a Moderna Teoria de Finanças e os conceitos mais<br />

utilizados no mercado financeiro e de capitais, com destaque à hipótese dos<br />

mercados eficientes. Em seguida, trata dos conceitos da teoria das Finanças<br />

Comportamentais, descrevendo os aspectos comportamentais envolvidos nos<br />

vieses que desafiam os modelos tradicionais. Por fim, o texto buscará elucidar<br />

alguns conceitos apresentados, por meio de alguns trabalhos empíricos<br />

desenvolvidos no Brasil, mostrando que há esforços nacionais acompanhando as<br />

linhas de pesquisa internacionais.<br />

1. 1. Moder Moderna Moder na T TTeoria<br />

T eoria de de de Finanças Finanças e e a a a Hipótese Hipótese de de de Mer Mercados Mer cados Eficientes<br />

Eficientes<br />

Os modelos econômico-financeiros mais aceitos e utilizados acerca da<br />

tomada de decisão dos investidores no mercado financeiro são aqueles que<br />

fundamentam a Moderna Teoria de Finanças (MTF). Aqui fica caracterizado o<br />

Homo economicus, o agente econômico (investidor) de racionalidade ilimitada,<br />

guiado pelo critério de maximização da utilidade esperada e pelas expectativas<br />

racionais. Segundo Halfeld e Torres (2001), é um ser perfeitamente racional<br />

que, no processo de tomada de decisão, é capaz de analisar todas as informações<br />

disponíveis e considerar todas as hipóteses para a solução do problema.<br />

Neste contexto, desenvolvem-se modelos matemáticos complexos que<br />

buscam minimizar os riscos e maximizar os retornos dos ativos financeiros. A<br />

hipótese de eficiência de mercados, a teoria da carteira, o modelo de apreçamento<br />

de ativos financeiros (CAPM), a teoria dos jogos e a teoria do consumidor são os<br />

exemplos fundamentais.<br />

Von Neumann e Morgenstern contribuíram para a teoria clássica ao<br />

introduzir o conceito de utilidade em 1944. O conceito de utilidade já havia<br />

sido trabalhado por Bernoulli, em 1738, que mostrou que a satisfação obtida<br />

com um pequeno aumento na riqueza tende a ser inversamente proporcional à<br />

quantidade de bens previamente adquirida. Mais tarde, a teoria da utilidade<br />

teve as contribuições importantes de Friedman e Savage em 1948 (LINTZ,<br />

2004).<br />

A teoria da utilidade aborda a racionalidade do tomador de decisão: em<br />

condições de incerteza, as pessoas racionais processam as informações de forma<br />

Finanças Comportamentais no Brasil, Ricardo Jefferson Scotti, p. 170-189<br />

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