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Revista Economia n. 13.pmd - Faap

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Os dados relativos ao crescimento do PIB per capita confirmam a dianteira<br />

chilena na América Latina, com taxa média de crescimento per capita de<br />

aproximadamente 5% na década de 1990, uma das mais altas taxas de incremento<br />

econômico per capita do mundo no período. Mesmo se considerarmos um<br />

período de análise mais alongado, que vá de 1970 a 2000, observamos que o<br />

crescimento per capita da economia chilena supera aquele apresentado pelos<br />

demais países da região, tendo somente o Brasil taxas relativamente próximas<br />

de crescimento per capita, embora as mesmas ainda tenham sido inferiores às<br />

chilenas.<br />

Considerando-se o investimento enquanto variável-chave para o crescimento<br />

econômico, é importante que se observem os índices relativos à formação bruta<br />

de capital fixo das economias latino-americanas quando de suas comparações.<br />

A partir de uma fotografia comparativa regional realizada pela Cepal com dados<br />

do ano de 2005, pode-se fazer uma avaliação que não deixa dúvidas quanto à<br />

elevada taxa de investimentos observada na economia chilena quando comparada<br />

ao resto da região. No ano em questão, o Chile obteve um índice de 102,7,<br />

ficando atrás somente da Venezuela (138,7), que vem surfando na onda altista<br />

dos preços internacionais de petróleo e no populismo chavista. O Brasil segue<br />

na lista em terceiro lugar, com um índice de 102,2, e a Argentina com 92,6, o<br />

que denota que a formação bruta de capital fixo no país ficou abaixo da média<br />

da América Latina no período em análise.<br />

Quando se analisa, por outro lado, a estabilidade monetária na América<br />

Latina em perspectiva comparativa, identificam-se elementos claros que atestam<br />

a importância do controle da inflação no processo de modernização da economia<br />

chilena. Considerando-se os dados acerca do desempenho inflacionário na<br />

América Latina, observa-se que, na década de 1980, quando parte dos países da<br />

região buscava mecanismos distintos dos mais ortodoxos de combate à inflação,<br />

que alcançava taxas anuais inacreditáveis, o Chile já tinha inflação abaixo dos<br />

20% ao ano. Já na primeira metade dos anos 1990, o Chile teve inflação média<br />

de 14%, contra uma taxa média de 162,5% na América Latina, 53,6% na<br />

Argentina e 1.113,8% no Brasil. É interessante notar que, na segunda metade da<br />

década de 1990, quando muitos dos países latino-americanos implementam<br />

reformas econômicas liberais que visavam o controle da inflação e o equilíbrio<br />

econômico, a taxa média de inflação da região foi inferior a 11%, o que atesta o<br />

aparente sucesso de tais reformas no controle inflacionário. Então, mais uma<br />

vez, a economia chilena apresenta uma das taxas de inflação mais baixas da<br />

região, reforçando a tendência de queda paulatina da inflação chilena no médio<br />

prazo. Entre 1996 e 2000, a inflação média anual brasileira caiu para 7,6%; o<br />

México teve taxa média acima daquela observada na América Latina (19,4%); e<br />

a Argentina apresentou deflação de 0,1% no período.<br />

Se a estabilidade monetária foi um dos pilares que sustentaram e<br />

consolidaram o “modelo chileno”, pode-se dizer que um segundo pilar foi o<br />

equilíbrio fiscal. A melhoria e redução dos gastos do governo chileno acabaram<br />

por gerar superávits fiscais importantes em diversos momentos ao longo das<br />

últimas décadas. Como é possível vislumbrar a partir de dados do Centro de<br />

28<br />

<strong>Revista</strong> de <strong>Economia</strong> & Relações Internacionais, vol.6(13), 2008

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