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Revista Economia n. 13.pmd - Faap

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diversas outras ilhas menores, acabou gerando conflitos em torno de determinados<br />

territórios, já que a identificação de onde começava o território japonês e em<br />

que lugar terminava tornava-se difícil, frente à existência de milhares de pequenas<br />

ilhas ao redor do país. Além disso, o Tratado de São Francisco deu margem para<br />

que discussões sobre determinadas regiões fossem abertas, já que para o Japão<br />

uma região poderia ter sido anexada antes de 1895, enquanto que outro país<br />

poderia alegar o contrário. O fato é que dessa dificuldade de delimitação dos<br />

territórios nasceram diversas disputas territoriais, sendo os casos de disputa entre<br />

Japão e China e Japão e Coréia do Sul os principais durante o governo Koizumi.<br />

A disputa entre China e Japão gira em torno das Ilhas Senkaku (para os<br />

japoneses) ou Diaoyu (para os chineses), e do campo de extração de petróleo e<br />

gás natural Chunxiao (para os chineses) ou Shirakaba (para os japoneses). Em<br />

ambos os casos as regiões em disputa oferecem a possibilidade de se explorar<br />

petróleo e gás natural, fontes energéticas das quais tanto China quanto Japão<br />

necessitam, já que ambos os países têm de importar grande parte do gás e petróleo<br />

que utilizam. Sendo assim, o Japão alega que estes territórios estão localizados<br />

dentro de sua zona econômica exclusiva, enquanto a China alega que todos os<br />

recursos naturais presentes na plataforma continental são de sua posse. De acordo<br />

com Matthews (2004, p. 56), as Ilhas Senkaku são reconhecidas pela maior<br />

parte do mundo como sendo de posse japonesa; entretanto, em 1997 a China<br />

realizou várias atividades marítimas na região e ainda hoje as reivindica. Quanto<br />

a Chunxiao, o conflito se iniciou em maio de 2004, quando a China iniciou<br />

operações de exploração de gás natural na região. Desde então, as provocações<br />

chinesas continuaram e o governo japonês começou a respondê-las:<br />

“Em novembro de 2004, um submarino nuclear chinês invadiu as águas<br />

japonesas próximas a Okinawa [...] na primavera de 2005, o número de vôos de<br />

aviões militares chineses de patrulhamento aumentou a níveis recordes. Diante<br />

de toda esta situação, em maio de 2005, o Ministério da <strong>Economia</strong>, Comércio<br />

e Indústria japonês autorizou companhias japonesas a explorar as áreas<br />

contestadas. Na véspera das eleições de setembro de 2005, um navio de patrulha<br />

chinês foi enviado para perto dos campos de Chunxiao. Em resposta, ambas, a<br />

coalizão no poder (PLD) e a da oposição (PDJ), prepararam leis propondo<br />

proteger as operações de escavadores e pescadores japoneses nas áreas disputadas<br />

– à força, se necessário” (CALDER, 2006, p. 130-131, tradução do autor).<br />

Quanto à disputa com a Coréia do Sul, esta reivindica a possessão das Ilhas<br />

Takeshima (para os japoneses) ou Dokdo (para os sul-coreanos), ilhas estas que<br />

se localizam entre o Japão e Coréia do Sul. Em abril de 2006, ao saber que o<br />

Japão enviaria dois navios de investigação oceanográfica para a realização de<br />

pesquisas científicas na região, o governo sul-coreano adotou um tom agressivo,<br />

alegando que se os navios fossem enviados à região, eles seriam abordados por<br />

navios-patrulha e, no caso de não obedecerem à ordem de recuar, poderiam ser<br />

atacados.<br />

12<br />

<strong>Revista</strong> de <strong>Economia</strong> & Relações Internacionais, vol.6(13), 2008

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