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Revista Economia n. 13.pmd - Faap

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Após apresentar o problema e suas bases conceituais e empíricas, o livro foi<br />

dividido em outras cinco partes, nas quais são discutidos fatores fundamentais<br />

para evitar o aquecimento global e seus custos.<br />

O primeiro ponto abordado é o impacto da mudança climática no<br />

crescimento e desenvolvimento. Segundo o estudo, se nenhuma medida for<br />

tomada, o acúmulo de gases de efeito estufa fará com que a temperatura média<br />

suba entre 2 e 5 graus Celsius, mudança que seria equivalente ao que ocorreu<br />

desde o fim da última Era Glacial até os dias de hoje, e que afetaria<br />

profundamente o modo de vida de todos. Apesar desse efeito coletivo, na realidade<br />

os países mais pobres é que deverão sofrer os maiores problemas, já que suas<br />

populações estariam mais vulneráveis frente aos desastres naturais que deverão<br />

ocorrer com mais freqüência. Mesmo sendo os que menos contribuíram para as<br />

mudanças climáticas, os países menos desenvolvidos serão os primeiros e os mais<br />

afetados pelas alterações climáticas. Os desenvolvidos também serão afetados<br />

no seu crescimento econômico, mas os países localizados em latitudes mais<br />

extremas ao norte deverão até se beneficiar, já que suas temperaturas médias<br />

serão mais amenas. Mas todos serão afetados negativamente, direta ou<br />

indiretamente, resultando em grandes perdas econômicas.<br />

Por isso é que em outra parte do livro são discutidos os custos econômicos<br />

da estabilização do processo de emissão dos gases de efeito estufa. Segundo a<br />

equipe de Nicholas Stern, os níveis desses gases teriam de ser estabilizados entre<br />

450 e 550 ppm (partes por milhão), levando em consideração que o nível atual<br />

é de 430 ppm, com crescimento de 2 ppm ao ano. Para alcançar essa meta, as<br />

emissões teriam que ser de 25% até 80% menores do que hoje até o ano de 2050,<br />

sendo que o mais impressionante é que o custo, que em primeira análise pareceria<br />

ser astronômico, é apontado como próximo de 1% do PIB mundial. Por isso, é<br />

ressaltado ser fundamental que os políticos tomem as medidas necessárias o<br />

mais rápido possível, já que, se não o fizerem, chegar às concentrações desejadas<br />

de CO 2 (dióxido de carbono) será cada vez mais difícil.<br />

Outro aspecto importante apresentado no livro são as políticas de mitigação<br />

que devem ser adotadas. Um aspecto está na repartição dos custos para a redução<br />

das emissões, sendo que a parte maior cabe aos países ricos, mas as nações em<br />

desenvolvimento também terão de contribuir. Hoje já existem os mecanismos<br />

do mercado de carbono, que auxiliam financeiramente os países mais pobres,<br />

mas que são insuficientes, sendo necessária a adoção do conceito de<br />

desenvolvimento de baixo carbono, por meio dos Mecanismos de<br />

Desenvolvimento Limpo (MDL). Contudo, será necessário que esta mudança<br />

ocorra em escala global.<br />

É ressaltado que isso não implica em menor crescimento, muito pelo<br />

contrário. Tais mudanças levarão ao surgimento de novos mercados e negócios,<br />

que poderão crescer e gerar produção e postos de trabalho. Por isso, ressalta-se<br />

que não há uma dicotomia entre crescimento e mudanças climáticas – visão<br />

muito difundida –, e sim uma grande oportunidade de crescer com mudanças<br />

na tecnologia de energia.<br />

The Economics of Climate..., STERN, Nicholas. The Economics of Climate Change. The Stern..., p. 204-206<br />

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