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Revista Economia n. 13.pmd - Faap

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Desenvolvimento da OCDE, o Chile apresentou, em 2005, um balanço fiscal<br />

positivo próximo de 5% do PIB, resultado assaz distinto daquele observado no<br />

Brasil, por exemplo. No mesmo período, a Argentina apresentou um superávit<br />

fiscal de aproximadamente 2% do PIB e a Venezuela obteve um resultado fiscal<br />

positivo inferior a 1% do PIB.<br />

Se tomássemos como base um período de médio prazo – a década de 1990,<br />

por exemplo –, observaríamos a economia chilena com resultados fiscais cada<br />

vez mais expressivos, o que denota a robustez dos fundamentos macroeconômicos<br />

da mesma, os quais ficam ainda mais vistosos se colocados em comparação com<br />

aqueles apresentados pelas economias latino-americanas em geral.<br />

Os bons resultados do ajuste fiscal, juntamente com a estabilidade monetária,<br />

além de reformas outras relacionadas ao ambiente microeconômico, acabaram<br />

por gerar um quadro macroeconômico atrativo ao investimento internacional<br />

no Chile. Os investimentos estrangeiros diretos passaram paulatinamente a<br />

representar percentuais cada vez maiores da economia chilena. Tal tendência de<br />

incremento da participação advém desde o início dos anos 1980, acelerando<br />

ainda mais a partir de 1995, quando se completam algumas das mudanças relativas<br />

à liberdade do investimento de capitais estrangeiros no país, inclusive de fundos<br />

de pensão. Uma análise comparativa da relevância do investimento estrangeiro<br />

direto para a economia dos principais países da América Latina não deixa<br />

margem para dúvidas quanto à liderança chilena nesta questão. Em 2005, os<br />

IEDs representavam mais de 60% do PIB chileno, segundo dados da OCDE.<br />

Como já colocado, a própria Cepal (2001) ressalta a importância que o IED<br />

vem tendo no processo de modernização de amplos setores econômicos no Chile,<br />

inclusive em infra-estrutura e indústrias de produtos exportáveis.<br />

No que concerne ao comércio internacional, as distinções entre a economia<br />

chilena e as maiores entre as demais da América Latina também ficam patentes.<br />

Utilizando-se de dados comparativos regionais da Cepal para o ano de 2005,<br />

observa-se que, com exceção da Venezuela, por motivos óbvios, o Chile supera<br />

todos os países da região em relação ao balanço real de exportações e importações.<br />

Para um índice regional de 100, a economia chilena apresentou um de 270,8,<br />

enquanto o Brasil obteve 74,6 e a Argentina, 123,6.<br />

Nesse contexto de abertura comercial e aos investimentos internacionais, é<br />

interessante notar elementos positivos que tendem a engendrar diferenciações<br />

importantes em relação a ajustes externos e suas influências sobre a atividade da<br />

economia como um todo. Acerca dos desequilíbrios externos e sua interface<br />

com a economia nacional, Ffrench-Davis e Grifth-Jones (1997) afirmam:<br />

“Os desequilíbrios externos em conta-corrente do Chile, quando comparados<br />

ao PIB ou às exportações, têm sido muito inferiores aos déficits registrados por<br />

países como México e a Argentina até 1994 ou pelo Brasil desde 1995. Por estas<br />

e outras razões, o Chile praticamente não sentiu o impacto do ‘efeito tequila’,<br />

que tanto abalou o Brasil e, sobretudo, a Argentina em 1995.” (FFRENCH-<br />

DAVIS; GRIFTH-JONES, 1997, p. 13)<br />

Laissez-faire e desempenho econômico: uma análise comparativa..., Ivan Tiago Machado Oliveira, p. 19-34<br />

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