Revista Economia n. 13.pmd - Faap
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cativou a população japonesa, recebendo grande apoio popular durante os seus<br />
cinco anos de mandato. Em 26 de setembro de 2006 deixou seu cargo, não por<br />
falta de apoio e condições para continuar a governar, mas por vontade própria.<br />
1. 1. Administração Administração Koizumi<br />
Koizumi<br />
Com o apoio da grande maioria da população, Koizumi foi eleito e em 26<br />
de abril de 2001 tomou posse do cargo de primeiro-ministro do Japão. Em seu<br />
primeiro discurso proferido na Dieta, exaltou a trajetória do país após a Segunda<br />
Guerra Mundial, mas ressaltou que fatos ocorridos na década de 1990, como a<br />
estagnação econômica e os episódios de corrupção, vieram comprovar que o<br />
modelo japonês estava se tornando defasado e que, portanto, uma renovação<br />
era necessária, ficando o país fadado ao insucesso caso esta não fosse promovida.<br />
Como era de se esperar, a área econômica foi uma das mais trabalhadas por<br />
Koizumi, que, logo que assumiu seu mandato, tratou de implantar uma política<br />
econômica diferente daquela que vinha sendo utilizada nos últimos anos. Segundo<br />
Kiuchi (2006, p. 21), as reformas de Koizumi focavam duas metas, sendo a<br />
primeira a superação da deflação e a segunda a organização das finanças nacionais.<br />
Com o intuito de atingir a primeira meta foram desenvolvidas políticas baseadas<br />
na revitalização da economia do setor privado, que seriam complementadas<br />
com reformas no setor público. Para alcançar a segunda, o plano econômico<br />
básico de Koizumi previa a não-criação de novos impostos e a economia de<br />
gastos. Com isto, pretendia diminuir a taxação, incentivando as pessoas a investir,<br />
e diminuir os gastos excessivos do governo para reduzir o déficit fiscal. Entretanto,<br />
a única reforma fiscal que Koizumi conseguiu implantar foi a de redução no<br />
orçamento disponível para gastos públicos, sendo estabelecido que no primeiro<br />
ano, referente ao orçamento de 2002, haveria uma redução de 10%, seguida de<br />
reduções sucessivas de 3% nos anos seguintes. Com isto, Kiuchi (2006, p. 22)<br />
calculou que no ano de 2006 o déficit, que chegou a ser de 36,6 trilhões de ienes<br />
em 2004, retornaria para os 30 trilhões de ienes. Kiuchi defende ainda que a<br />
política de redução nos gastos governamentais significou um voto de confiança<br />
no setor privado, já que esta política contribuía mais para o crescimento<br />
econômico do que qualquer outra medida, ao encorajar as companhias a reduzir<br />
seus excessos estruturais referentes à capacidade, número de trabalhadores e dívida.<br />
A eliminação desses três excessos foi o principal responsável pela recuperação<br />
destas empresas.<br />
De acordo com Koll (2005, p. 11), a demanda estava aumentando a cada<br />
vez que as empresas japonesas investiam e reinvestiam nos fatores domésticos<br />
de produção, terra, trabalhadores e capital. Nessa linha as empresas japonesas de<br />
ponta voltaram a construir novas fábricas no país. Conforme as empresas se<br />
recuperaram e os lucros aumentavam, os créditos podres1 puderam ser pagos,<br />
diminuindo em volume. Em março de 2002 os créditos podres correspondiam a<br />
cerca de 8% do PIB; entretanto, em setembro de 2006 já haviam baixado para<br />
menos de 2% do valor do PIB. Além disto, a partir de 2005 pôde-se notar uma<br />
6<br />
1 A expressão “créditos podres” é utilizada para se referir aos empréstimos.<br />
<strong>Revista</strong> de <strong>Economia</strong> & Relações Internacionais, vol.6(13), 2008