Revista Economia n. 13.pmd - Faap
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A partir de 1982, a política cambial sofreu modificações, ocorrendo uma<br />
forte desvalorização do câmbio e o conseqüente abandono da âncora cambial.<br />
No ano seguinte, instituiu-se o sistema de paridade móvel e bandas de variação<br />
para o câmbio. Como se pode visualizar no Quadro 1, na primeira metade da<br />
década de 1990, a taxa cambial tendeu à valorização. Já na segunda metade da<br />
década passada, observou-se uma tendência à desvalorização cambial,<br />
principalmente após o período de crises internacionais, sendo que essa trajetória<br />
parece ter sido interrompida por uma valorização cambial observada desde 2004.<br />
Reformas Reformas financeiras financeiras e e e privatizações<br />
privatizações<br />
As reformas do sistema financeiro começaram a ser implementadas a partir<br />
de 1975, com a liberalização da taxa de juros, privatização dos bancos e<br />
desregulamentação do sistema de crédito. As desregulamentações foram<br />
ampliadas no fim da década de 1970 e início da década seguinte, o que levou as<br />
empresas nacionais a terem acesso ao mercado financeiro internacional. Também<br />
na década de 1970, o capital estrangeiro ganha maior liberdade de alocação<br />
intersetorial. Em 1978, por exemplo, a antiga lei de reforma agrária era anulada<br />
e substituída por sociedades anônimas rurais, criando um importante mercado<br />
de terras, o qual viria a contribuir muito no processo de modernização do setor<br />
agrícola chileno.<br />
Com a crise econômica observada no início dos anos 1980, fez-se necessária<br />
a intervenção estatal no sentido de sanear o sistema financeiro nacional e criar<br />
novas regras para o mercado, como a Lei Geral dos Bancos de 1986, ocorrendo<br />
inclusive a estatização dos bancos, e sua posterior reprivatização. Ainda neste<br />
contexto, em 1989 entrava em operação a autonomia do Banco Central do<br />
Chile, que se tornaria um dos marcos garantidores da estabilidade econômica<br />
no país.<br />
A partir de 1990, com a redemocratização, deu-se continuidade ao processo<br />
de privatização e às políticas para atração de capital privado externo para a<br />
operação e instalação de obras de infra-estrutura. O que se observou foi que o<br />
influxo de capitais externos influenciou positivamente o nível de investimento<br />
da economia chilena, destacando-se, segundo a Cepal (2001), aspectos como:<br />
a) a) efeitos positivos sobre o ambiente macroeconômico dos investimentos externos;<br />
b) b) b) valorização cambial, que poderia ter desestimulado os investimentos em<br />
tradables, através da redução do valor das exportações em moeda local, cujo<br />
efeito foi, entretanto, compensado pelo barateamento dos bens de capital, em<br />
sua maioria importados; c) c) realização de investimentos diretos, principalmente<br />
nos setores produtores de bens exportáveis; d) d) relaxamento da restrição do balanço<br />
de pagamentos, que permitiu uma normalização da demanda efetiva e um<br />
aumento da capacidade do país de importar bens de capital; e) e) retorno dos<br />
empréstimos externos voluntários a bancos e empresas chilenas a taxas de juros<br />
internacionais mais baixas que as vigentes no mercado interno, o que contribuiu<br />
para a redução do custo de oportunidade do investimento.<br />
Laissez-faire e desempenho econômico: uma análise comparativa..., Ivan Tiago Machado Oliveira, p. 19-34<br />
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