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Revista Economia n. 13.pmd - Faap

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empresariais seja também mantida em nível europeu. Nesse sentido, a mais<br />

tradicional é a European Round Table (ERT), que desde 1983 defende os<br />

interesses corporativos dentro das instituições européias. Há ainda coalizões<br />

setoriais específicas com grande poder de lobby não só em nível europeu como<br />

também em nível de instituições intergovernamentais como a OMC; este é o<br />

caso do Fórum de Serviços Europeu (FSE), que defende a liberalização em<br />

serviços dentro da UE e atualmente investe grande energia nas negociações em<br />

torno do Gats na OMC. Outros fortes grupos de coalizão setorial empresarial<br />

em nível europeu são a EuropaBio (coalizão de 40 empresas e 13 associações<br />

focadas em biotecnologia) e o Conselho Industrial Químico Europeu (CIQE,<br />

baseado em Bruxelas desde 1973 e que busca bloquear intervenções<br />

governamentais no setor. Em nível global, a coalizão empresarial mais antiga é<br />

a Câmara Internacional do Comércio (CIC), que promove ativamente o interesse<br />

corporativo de livre comércio além de padrões voluntários de negócio, como os<br />

famosos Incoterms ou a arbitragem promovida pela Corte Internacional de<br />

Arbitragem.<br />

Na América Latina são ainda poucos os grupos de coalizão como a Coalizão<br />

de Empresários da América Latina (Ceal), que busca conciliar o interesse dos<br />

empresários latinos no contexto das negociações sobre a Alca. Entretanto, caso<br />

haja um aprofundamento e um alargamento do Mercosul é natural que surjam<br />

grupos de coalizão ao estilo europeu.<br />

Há ainda o caso do Diálogo Transatlântico de Negócios (DTN), reunindo<br />

empresas dos Estados Unidos e da União Européia, e que teve um importante<br />

papel na conclusão do Acordo de Reconhecimento Mútuo entre os EUA e a<br />

UE (WATKINS, EDWARDS e THAKRAR, 2001: 194). Essa coalizão, ao reunir<br />

empresas européias e norte-americanas, é capaz de construir uma agenda comum<br />

capaz de pressionar tanto um país como os Estados Unidos quanto uma entidade<br />

intergovernamental como a UE.<br />

Há também coalizões empresariais que promovem interesses setoriais<br />

comuns em escala global, caso do Diálogo Global de Negócios em Comércio<br />

Eletrônico (DGNCE), que busca evitar a multiplicidade de regulamentações<br />

em comércio eletrônico em prol de avanços essencialmente no contexto da OMC.<br />

Essa coalizão conta com a participação de EMNs como a Fujitsu, HP, Deutsche<br />

Bank e Telefónica.<br />

Setores produtivos cujas cadeias são altamente globalizadas naturalmente<br />

favorecem a formação de coalizões empresariais globais que devem, cada vez<br />

mais, buscar um maior nível de regulamentação em nível intergovernamental,<br />

dados os ganhos de escala que isso representa para as EMNs. Ou seja, setores<br />

altamente globalizados são, geralmente, setores com forte presença de grandes<br />

EMNs que costumam administrar uma complexa teia regulatória nos mais<br />

diversos países de atuação da empresa. Logicamente, à medida que a<br />

regulamentação é unificada em um nível intergovernamental isso facilita<br />

extremamente a administração global da empresa. Esse é o caso da indústria<br />

O poder estrutural e o poder brando das empresas multinacionais, Gilberto Sarfati, p. 76-94<br />

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