Revista Economia n. 13.pmd - Faap
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para a Polônia. Em 2006, a sua filial de Ellesmere Port (norte da Inglaterra)<br />
estava concluindo uma joint venture para construir uma nova fábrica também<br />
na Polônia. A PSA Peugeot Citroën já produz o modelo 206 na Eslováquia e<br />
pensa em mudar a fábrica da região central da Inglaterra para um país da Europa<br />
do Leste ou da Europa Central. Toyota, Kia e Hyundai construíram várias fábricas<br />
na região. Mais recentemente, a Rússia tornou-se alvo de atenção, principalmente<br />
por parte da GM, Nissan, Toyota e VW. A Ford e a Renault já se mudaram para<br />
aquele país 20 .<br />
Fornecedores de peças e acessórios também estão se deslocando para o<br />
Leste, proporcionando às montadoras uma competitividade adicional. O mesmo<br />
acontece no setor químico, metalúrgico e mecânico, eletrônico, de informação<br />
e comunicações, assim como no setor de serviços bancários e de seguros. A<br />
Ericsson e a Nokia já produzem telefones celulares na Estônia e Hungria,<br />
enquanto em seus países de origem concentram as atividades de P&D, projeto e<br />
a fabricação de alta tecnologia. Cresce no Leste europeu o número de call centers.<br />
Os PIBs da UE8 (cerca de US$ 1 trilhão, em paridade de poder de compra)<br />
são uma pequena fração do PIB da União Européia (US$ 12 trilhões).<br />
Entretanto, os novos membros desempenham papel estratégico para a<br />
competitividade de grandes países da UE, como a Alemanha (cujo PIB é de<br />
US$ 2,5 trilhões), França (US$ 1,8 trilhões), Itália (US$ 1,7 trilhões) e outros.<br />
Mudar para o Leste tem sido benéfico à competitividade das empresas do<br />
Ocidente. Por exemplo, em 2004, a fábrica da VW localizada na Eslováquia<br />
(vinda da Alemanha) obteve uma economia de US$ 1,8 bilhão em mão-deobra<br />
e impostos. Muitas fábricas da Europa Ocidental, especialmente da<br />
Alemanha e da França, só não se mudaram porque o custo de fechar uma fábrica<br />
e de romper os contratos de trabalho é muito alto.<br />
O IDE, ao beneficiar os países da UE8 – dado seu potencial no processo de<br />
modernização, renovação de capacidades gerenciais, força de trabalho qualificada,<br />
baixos salários e bom clima de investimentos –, tem sido importante também<br />
para os países da UE15 (Perugini, Pompei e Signorelli, 2005: Voice, 2006).<br />
Para muitas empresas, a escolha não é mais entre produzir no país de origem<br />
ou no exterior, mas sim entre cortar custos ou perder participação de mercado.<br />
Elas estão em busca de soluções para aumentar a competitividade. Uma delas é<br />
mudar para o Leste. Isso ajuda a manter os empregos do lado ocidental, pois, do<br />
contrário, as empresas perderiam competitividade e fechariam suas portas por<br />
completo.<br />
As empresas que já mudaram estão investindo pesadamente na modernização<br />
de suas instalações nos países da UE8. Com isso elas visam expandir a produção<br />
e explorar mercados nacionais e internacionais. Cerca de 50% dos 1,7 milhão de<br />
automóveis produzidos na Europa do Leste já são vendidos nos mercados locais.<br />
Embora as fábricas da Europa Ocidental fabriquem oito vezes mais automóveis<br />
58<br />
20 O número de novas fábricas no Leste não é facilmente percebido pela população. Estão amplamente<br />
espalhadas pelo interior em vários países.<br />
<strong>Revista</strong> de <strong>Economia</strong> & Relações Internacionais, vol.6(13), 2008