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Revista Economia n. 13.pmd - Faap

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1993) e, embora tenham diminuído gradualmente ao longo dos últimos 25<br />

anos, ainda são significativas. Isto sugere que atuais diferenças entre o Oriente e<br />

o Ocidente europeu permanecerão grandes por duas ou três décadas, e até mais 31 .<br />

Ademais, a possível convergência entre o Oriente e o Ocidente será um<br />

processo doloroso, notadamente para os países da Europa Ocidental 32 . Os povos<br />

do Ocidente desfrutam, de modo geral, de uma boa qualidade de vida e contam<br />

com uma enorme cobertura contra os riscos sociais, a um custo individual<br />

relativamente baixo (o custo é alto para o Estado e para a coletividade). É provável<br />

que a integração dos países da EU25 exija muitos aditivos ao atual contrato<br />

social da União Européia. Mudanças não ocorrerão sem o tratamento cuidadoso<br />

da dimensão social em ambos os lados – no Ocidente, por meio da reformulação<br />

de acordos existentes; no Leste, por meio da criação de novas instituições<br />

trabalhistas.<br />

Por outro lado, é inimaginável que continue indefinidamente a migração<br />

de empresas para o Leste Europeu para economizar despesas com o fator trabalho.<br />

Já há sinais evidentes. Um clima de desconfiança nos países do Leste Europeu<br />

em relação ao apregoado diálogo social dos empresários que vêm de fora começa<br />

a ser sentido em vários países e deverá crescer nos próximos anos. No longo<br />

prazo a integração entre os dois lados exigirá muita cooperação e bastante<br />

entendimento, com concessões bilaterais (Langewiesche e Aintila, 1997).<br />

Recentemente, as diferenças cambiais passaram a atuar como um fato<br />

adicional para novos deslocamentos de empresas para o Leste Europeu e para<br />

outras partes do mundo. Muitas empresas do bloco da EU15 já pensam em<br />

migrar até mesmo para os Estados Unidos, onde os custos de produção se<br />

tornaram bastantes razoáveis em vista do euro forte relativamente ao dólar. Os<br />

países da Ásia e do Leste Europeu continuam sendo os mais importantes pólos<br />

de atração.<br />

Os deslocamentos empresariais podem buscar outra geografia, mas, num<br />

mundo globalizado, estarão sempre presentes. Isso tem conseqüências para os<br />

países de origem e para os países de destino, podendo afetar, por exemplo, o<br />

atual fluxo de capital da Europa para a América Latina ou até mesmo para a<br />

Ásia. Os dados da Unctad apresentados neste artigo mostram que essa tendência<br />

deixou de ser apenas uma ameaça.<br />

68<br />

30 A Polônia espera reduzir o desemprego em 2006-2008 através da implantação de aproximadamente 3<br />

mil projetos de infra-estrutura apresentados à Comissão Européia (Bruxelas) para financiamento.<br />

31 Experiência histórica anterior mostrou ser este um processo muito vagaroso. Diferenças salariais entre<br />

os nove países da Comunidade Européia de 1973 e Grécia, Portugal e Espanha excederam em múltiplas<br />

vezes as diferenças que existiam entre outros membros da Comunidade subseqüentemente ao Tratado de<br />

Roma (Flanagan, 1993).<br />

32 Governos da Europa Ocidental estão tentando introduzir mudanças nas leis trabalhistas e de previdência<br />

social para equalizar os atuais generosos benefícios. Na Alemanha, por exemplo, a nova lei sobre segurodesemprego<br />

(aprovada em 2004) reduziu o período e o montante de benefícios para casais cujos dois<br />

cônjuges ficaram desempregados (Dougherty, 2004). Outras medidas para reduzir custos sociais de<br />

baixos salários haviam sido tomadas anteriormente. A Alemanha também tentou implantar os “empregos<br />

públicos de um euro”, ou seja, o pagamento de um euro por hora (mais benefícios) para atenuar<br />

emergências dos desempregados. Em 2005, estes mini-empregos estavam pagando de 400 a 800 euros<br />

por mês.<br />

<strong>Revista</strong> de <strong>Economia</strong> & Relações Internacionais, vol.6(13), 2008

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