27.08.2013 Views

Revista Economia n. 13.pmd - Faap

Revista Economia n. 13.pmd - Faap

Revista Economia n. 13.pmd - Faap

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

eleito pela primeira vez como membro não-permanente do Conselho de<br />

Segurança. Nos anos seguintes, a economia do país foi se desenvolvendo e já em<br />

1983 o país contribuía com cerca de 10% do valor total do orçamento disponível<br />

da ONU. Apesar da considerável contribuição econômica, a participação<br />

japonesa na organização era discreta. Nos anos 1990, com o término da Guerra<br />

Fria, o Conselho de Segurança voltou a funcionar dando maior força à<br />

participação da ONU no cenário internacional.<br />

Diante da nova situação, o Japão optou por aumentar sua participação na<br />

organização, resolvendo atuar nas Peacekeeping Operations da ONU. Dentre<br />

outras contribuições, em 1992 o país participou de operações em Angola e no<br />

Camboja; em 1994 submeteu à Assembléia Geral da ONU um projeto de<br />

desarmamento nuclear, visando à eliminação das armas nucleares. No ano de<br />

2000 submeteu outro projeto visando à eliminação total desse tipo de armamento.<br />

Entre 2004 e 2006 o país já contribuía com 19,46% do total do orçamento da<br />

ONU, sendo o segundo maior contribuinte.<br />

O Japão já havia sido eleito diversas vezes para o cargo de membro nãopermanente<br />

do Conselho de Segurança e há vários anos vinha procurando obter<br />

um assento permanente no Conselho. Dentre as justificativas japonesas para<br />

desempenhar esse papel estão o fato de o Japão ter uma política externa centrada<br />

na ONU há vários anos, de não possuir armas nucleares, por sua contribuição ao<br />

orçamento da organização ser maior que a somatória das contribuições de quatro<br />

membros permanentes (exceto os Estados Unidos), por ter começado a<br />

contribuir com forças para as Peacekeeping Operations e por promover assistências<br />

substanciais aos diversos esforços pós-guerra de peace-building.<br />

Se a candidatura japonesa era forte, ela ganhou apoio maior após os ataques<br />

de 11 de Setembro, já que os ataques terroristas levaram os Estados Unidos a<br />

empregar uma guerra pessoal contra o terrorismo, que culminou com a invasão<br />

do Iraque, sem a obtenção do aval do Conselho de Segurança da ONU. Esse<br />

episódio colocou em dúvida o real papel da ONU no cenário internacional. A<br />

partir de então, o Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, deu início a uma série<br />

de discussões em torno do papel da ONU e da necessidade de haver reformas na<br />

estrutura da organização, com o intuito de que esta se adequasse melhor ao<br />

mundo contemporâneo. Dentro destas discussões, foram sugeridas mudanças<br />

no Conselho de Segurança da ONU, com Alemanha, Brasil, Índia e Japão<br />

apresentando propostas para a ampliação do Conselho de Segurança e a aceitação<br />

desses países como membros permanentes do conselho. Embora Koizumi tenha<br />

se empenhado na luta pela obtenção do assento, o Japão acabou derrotado, já<br />

que a China vetou a tentativa japonesa. Segundo Tamamoto (2005, p. 27,<br />

tradução do autor), a oposição chinesa se deu com vistas a manter seu poder e<br />

influência: “A China é visivelmente incapaz de perder seu lugar de orgulho<br />

como o único representante da Ásia no seleto fórum internacional”. Fujiwara<br />

(2005, p. 52, tradução do autor) complementa esta visão, defendendo que:<br />

“Sentimentos contrários ao Japão na China e Coréia do Sul alcançaram o<br />

auge assim que Tóquio procurou obter um assento permanente no Conselho de<br />

A Era Koizumi: um balanço político com ênfase na política externa japonesa, Mateus Silva Chang, p. 5-18<br />

15

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!