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Revista Economia n. 13.pmd - Faap

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A consciência da necessidade da educação continuada está disseminada em<br />

todo o Leste Europeu. A proporção de empregados da UE8 que participam de<br />

“treinamento vocacional continuado” reflete essa preocupação. Por exemplo,<br />

na República Tcheca, 42% dos empregados estão freqüentando cursos de<br />

aperfeiçoamento. Na Eslovênia são 37% – excedendo a média de 30% da UE15<br />

(Unicef, 2000; 2001; Perugini, Pompei e Signorelli, 2005). Além das melhorias<br />

em gestão e educação que ocorrem nos dias atuais, o aumento da produtividade<br />

reflete também a longa tradição que os países da Europa do Leste sempre tiveram<br />

mesmo antes do comunismo, em especial na maquinaria pesada, metalurgia,<br />

construção naval, usinagem, utilidades domésticas, móveis de classe internacional<br />

e produtos farmacêuticos e químicos.<br />

Isso não significa que o quadro educacional seja róseo em todas as dimensões.<br />

Os avanços realizados não conseguiram superar certos obstáculos como, por<br />

exemplo, as dificuldades econômicas das famílias, as distâncias em relação às<br />

boas escolas, as diferenças étnicas e financeiras das várias comunidades. Com o<br />

crescimento da economia e com a chegada de empresas de alta tecnologia, as<br />

demandas em relação ao sistema escolar aumentam mais depressa do que a<br />

oferta. Muita lentidão tem presidido o estabelecimento de uma legislação<br />

educacional que seja coerente com os novos tempos e sustentada realisticamente<br />

por eficientes mecanismos financeiros e administrativos 15 . Mas há progressos<br />

na reforma de currículos, dos livros escolares e da pedagogia. Já surgiu em todos<br />

os países uma indústria de livros didáticos muito pujante que substituiu a<br />

fabricação em massa de textos criados e injetados no sistema escolar pelo Partido<br />

Comunista.<br />

Deslocamento Deslocamento de de empresas empresas para para o o Leste Leste Europeu<br />

Europeu<br />

Com enormes diferenças em salários e condições de trabalho, era de se<br />

esperar uma massiva migração de trabalhadores de países de baixa renda para os<br />

de renda mais alta, ou seja, da UE8 para a UE15. Todavia, isso foi impedido por<br />

uma restrição da União Européia. Trabalhadores do Leste foram proibidos de<br />

se mudar para o Ocidente, com exceção da Inglaterra, Irlanda e Suécia. Embora<br />

o tratado original da Comunidade Econômica Européia estipulasse a livre<br />

movimentação de pessoas, as autoridades da União Européia nunca<br />

interpretaram aquele princípio como sendo um passaporte para os trabalhadores<br />

mudarem de um país a outro (Barnard, 2006). Nesse sentido, a restrição imposta<br />

não constituiu novidade.<br />

Essa restrição, no entanto, aplica-se a pessoas, mas não a empresas. O<br />

deslocamento de empresas da Europa Ocidental para a Oriental, que já ocorria<br />

desde os anos 80, foi intensificado a partir de 2004 com a entrada dos oito novos<br />

56<br />

15 Embora os países da Europa Oriental apresentem muitas diferenças, reformas educacionais na área de<br />

treinamento vocacional foram implantadas com características semelhantes, oferecendo às empresas<br />

vantagens como mão-de-obra jovem de boa formação e cursos vocacionais customizados para as<br />

necessidades de empregadores, combinados com baixos impostos sobre a receita de empresas e executivos<br />

(Roberts, 2001).<br />

<strong>Revista</strong> de <strong>Economia</strong> & Relações Internacionais, vol.6(13), 2008

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