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Revista Economia n. 13.pmd - Faap

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expressivo no cenário mundial. Ao lado da retórica, tem assumido posturas que<br />

considera condizentes com suas aspirações. Os grandes temas têm feito parte da<br />

agenda brasileira há pelo menos uma dezena de anos.<br />

Adaptando-se às novas realidades do pós-Guerra Fria, abrindo seus<br />

mercados, ampliando seu leque de opções, colocando em pauta temas que dizem<br />

respeito não apenas às suas realidades internas, ou regionais, mas incluindo aquelas<br />

com alcance global, o Brasil tem concedido atenção especial à pobreza, às<br />

desigualdades, aos subsídios e aos protecionismos. Não descuida do meio<br />

ambiente, assunto que tem causado impacto crescente, fruto das preocupações<br />

globais com o aquecimento e com o efeito estufa, e que tem merecido extensos<br />

estudos realizados pela ONU. Com esse espírito, nos últimos anos o país reduziu<br />

em 50% a destruição das florestas tropicais, ainda que aplicando mal os recursos<br />

existentes para projetos ambientais. A proteção dos recursos naturais da<br />

Amazônia, inclusive, é motivo de preocupação antiga do governo brasileiro,<br />

que implementou com verbas da Cúpula Econômica do G-7, em reunião<br />

realizada em 1990, em Houston (EUA), o Programa Piloto para a Proteção das<br />

Florestas Tropicais do Brasil (PPG7) 22 . É bem verdade que todos os dados<br />

relativos à deterioração ambiental e políticas para a área transformam-se em<br />

alvo de freqüentes contestações dentro do próprio governo, tendo inclusive<br />

ocasionado a demissão da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em maio<br />

último.<br />

A participação nos fóruns globais faz parte permanente da agenda brasileira,<br />

motivo pelo qual nessas oportunidades o país não se exime de apresentar sugestões<br />

– mesmo aquelas consideradas irrealizáveis – para a resolução de problemas<br />

comuns. Com isso, procura mostrar que o Brasil se apresenta em condições de<br />

enfrentar, com as nações industrializadas, a responsabilidade pela gestão dos<br />

recursos mundiais e ajudar na formatação da ordem internacional.<br />

Ao mesmo tempo, o país tem feito reivindicações que considera à altura de<br />

seus recursos e de suas capacidades, embora nem sempre esteja devidamente<br />

alicerçado pela realidade dos fatos, em termos comparados com as demais nações.<br />

Consciente de que precisa melhorar seus indicadores, sobretudo econômicos e<br />

sociais, nem por isso o governo brasileiro prescinde de suas ambições no concerto<br />

mundial, operando em todas as frentes, ainda que desordenadamente. Uma das<br />

reivindicações maiores é fazer parte de blocos como o G-8, onde se exercita o<br />

verdadeiro poder, por considerar que o Brasil, ao lado de outras nações, como<br />

China, Rússia, Índia e África do Sul, é merecedor dessa oportunidade,<br />

reivindicando presença efetiva em instâncias políticas e estratégicas, como o<br />

próprio Conselho de Segurança.<br />

A presença do Brasil nos organismos internacionais, como o próprio Fundo<br />

Monetário Internacional ou o Banco Interamericano de Desenvolvimento, tem<br />

sido mais conservadora no sentido de evitar propor bruscas modificações. O<br />

histórico da atuação nacional indica que não se deve esperar muito além das<br />

46<br />

22 Uma informação rápida sobre o tema pode ser encontrada em AMARAL, S.S. Meio ambiente na<br />

agenda internacional: comércio e financiamento. Estudos Avançados, São Paulo, USP, 9 (23), 1995, p.<br />

237-246.<br />

<strong>Revista</strong> de <strong>Economia</strong> & Relações Internacionais, vol.6(13), 2008

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