Revista Economia n. 13.pmd - Faap
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de Processamento de Exportações. Na questão dos IED, que antes não poderiam<br />
possuir mais de 40% do controle acionário e só poderiam ser realizados em caso<br />
de transferência tecnológica, ocorreu uma liberalização 6 , permitindo a<br />
repatriação dos lucros.<br />
Com as reformas houve a liberalização das políticas comerciais e cambiais,<br />
redução das taxas aduaneiras e do controle sobre as importações. Houve a<br />
abertura à iniciativa privada de setores antes estatais, tais como o de eletricidade,<br />
exploração e refinamento de petróleo, construções de estradas,<br />
telecomunicações, aviação civil e mineração. Com o aumento dos gastos do<br />
governo em infra-estrutura, houve a aceleração da economia, bem como<br />
investimentos no setor público, que foi reestruturado e revitalizado, protegendo<br />
os setores estratégicos da economia. Diversas privatizações foram realizadas em<br />
1998 e 1999.<br />
Dentro desta questão de mão-de-obra e aumento do número de<br />
consumidores de classe média, é importante ressaltar a questão das divisões<br />
existentes na sociedade indiana, resultado do sistema de castas. O sistema de<br />
castas é um sistema rígido de estratificação social, sendo um sistema hereditário<br />
de etnia, religião e profissão, não estando baseado na posse do capital. De acordo<br />
com Dumont (2005), essa hierarquia refere-se a uma gradação religiosa segundo<br />
seu grau de dignidade, distinguindo assim o puro do impuro. Ainda hoje, mesmo<br />
após modificações, esse sistema ainda rege a sociedade indiana. As subcastas<br />
estão mais presentes, devido à região, além de algumas modificações no<br />
matrimônio, que segundo Lévi-Strauss (1976) conduzem à constituição de novas<br />
castas, mas a tradição cultural ainda está muito presente.<br />
A Índia que fez investimentos na educação, com o estabelecimento de<br />
Institutos Indianos de Tecnologia e de Gerenciamento, criou um nível de<br />
qualidade no ensino superior comparado com o de países desenvolvidos. Dessa<br />
forma, sua mão-de-obra torna-se cada vez mais qualificada e, aliada a reformas<br />
econômicas já citadas, bem como a melhoria em infra-estrutura, a Índia passa a<br />
destacar-se no campo tecnológico (TI) e de serviços, tornando-se grande<br />
exportadora dos mesmos.<br />
O conjunto de reformas empreendido pela Índia foi crucial para que as<br />
empresas internacionais elegessem o país para receber investimentos sobre a<br />
forma de IED. Não obstante, a performance da Índia apresenta-se de forma<br />
tímida. Após uma abertura gradual, com as medidas introduzidas em julho de<br />
1991, o IED passou a ser permitido de forma lenta e gradual em setores tais<br />
como o de serviços, até então proibido. Segundo o Guia de Investimentos na<br />
Índia, anteriormente os IEDs eram limitados a 40%, como visto, e caso fossem<br />
destinados a áreas que não eram prioritárias, deveriam ser aprovados 7 . Após 1991<br />
são permitidos automaticamente investimentos de mais de 51% desde que<br />
realizados em uma das 35 áreas industriais de prioridades. Não são permitidos<br />
160<br />
6 Com exceção de casos específicos em que não pode haver a participação de estrangeiros.<br />
7 Deveriam ser aprovados pela Foreign Investment Promotion Board (FIPB) e pelo Cabinet Committee.<br />
<strong>Revista</strong> de <strong>Economia</strong> & Relações Internacionais, vol.6(13), 2008