Revista Economia n. 13.pmd - Faap
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O O Brasil Brasil e e os os foros<br />
foros<br />
internacionais: internacionais: os os anos<br />
anos<br />
recentes<br />
recentes<br />
Shiguenoli Miyamoto *<br />
Resumo: Resumo: O texto analisa o papel exercido pelo Brasil no contexto das<br />
Relações Internacionais contemporâneas. Atuando em várias frentes<br />
simultaneamente, tanto em foros políticos quanto econômicos, o país<br />
tem procurado aumentar sua presença em todos os âmbitos, em termos<br />
bilaterais ou em instâncias multilaterais como o G-8 e a OMC,<br />
reivindicando o lugar que julga pertencer-lhe, ou seja, junto ao grupo<br />
dos grandes Estados. A preocupação do texto é mostrar a atuação da<br />
política externa brasileira na busca de tal objetivo.<br />
Palavras-chave: Palavras-chave: Política Externa Brasileira, organizações internacionais,<br />
instâncias multilaterais.<br />
Introdução<br />
Introdução<br />
Introdução<br />
“Somos amigos, porém negócios são negócios”. Esta tem sido a tônica<br />
que, há muito tempo, serve de eixo orientador para a atuação pragmática do<br />
país no cenário internacional, apesar das críticas ao terceiro-mundismo que estaria<br />
sendo implementado pelo Ministério das Relações Exteriores. Parte-se do<br />
princípio de que o mundo hoje é, mais do que nunca, interdependente, porém<br />
altamente competitivo, onde preocupações amparadas em critérios de justiça e<br />
equidade ocupam espaço reduzido no cotidiano das nações. Com esse olhar<br />
sobre a realidade mundial, o governo brasileiro tem apostado em várias frentes<br />
ao mesmo tempo, não só em termos bilaterais, mas também nos encontros<br />
multilaterais, fundamentalmente em instâncias econômicas como o G-3, G-8<br />
ou G-20. Com isto, procura ampliar seus espaços em busca de um lugar que lhe<br />
permita exercitar papel de relevo, ao lado dos grandes países.<br />
O presidente francês Jacques Chirac, ao criticar a postura do presidente<br />
Luís Inácio Lula da Silva, considerada inflexível nas negociações de Doha da<br />
OMC, em julho de 2006, interpretou, com precisão, o comportamento adotado<br />
pelo governo brasileiro no cenário global. Naquela altura, Chirac disse que Lula<br />
* Shiguenoli Shiguenoli Miyamoto Miyamoto é Professor Titular em Relações Internacionais e Política Comparada. Livre-<br />
Docente e Doutor em Ciência Política pela USP. Professor do Departamento de Ciência Política do<br />
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A<br />
produção deste texto contou com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e<br />
Tecnológico (CNPq), através de Bolsa de Produtividade em Pesquisa (nível 1 B) concedida ao autor.<br />
Versão revisada e ampliada de texto originalmente publicado com o título de “Brasilien, die G8 und die<br />
internationalen Verhandlungen” em Welt Trends – Zeitschrift für internationale Politik und vergleichende<br />
Studien, Potsdam/Alemanha, nº 55, Sommer 2007, p. 65-76. E-mail: .<br />
O Brasil e os foros internacionais: os anos recentes, Shiguenoli Miyamoto, p. 35-48<br />
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