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Revista Economia n. 13.pmd - Faap

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É importante ressaltar que, a partir da segunda metade da década de 1980,<br />

os fluxos de IED que até então eram realizados majoritariamente pelos EUA<br />

passam a ser realizados pelo Japão em função da sua capacidade de gerar um<br />

volume maciço de recursos com a geração de excedentes exportáveis, dada a<br />

forte desvalorização do iene em relação ao dólar, como visto.<br />

Em suma, o fluxo se caracteriza nitidamente entre países desenvolvidos,<br />

com destaque para a Tríade (formada pelos Estados Unidos, Japão e Alemanha),<br />

que durante o período de 1987-1990 recebeu US$ 128.251 milhões e realizou<br />

US$ 166.472 milhões – se comparado com o mundo em termos de recebimento<br />

e realização, o valor corresponde respectivamente a 72,79% e 85,14%. Pautadas<br />

nas concepções teóricas neoliberais, as principais formas de IED passam a ser as<br />

fusões e aquisições, com destaque para os EUA, que sozinhos correspondem por<br />

mais de 50% das vendas realizadas, seguidos pela UE e com uma presença muito<br />

pequena, quase irrisória do Japão. Já nas compras, a UE assume o lugar de<br />

maior comprador, seguido pelos EUA. O Japão já apresenta uma presença um<br />

pouco maior no que diz respeito às compras no âmbito da Tríade, resultado da<br />

opção das corporações japonesas pela inserção na economia norte-americana<br />

pela forma de IED, devido ao medo do protecionismo, aliado às diferenças<br />

cambiais do período. Pode-se afirmar, portanto, que o processo de integração<br />

econômica por meio de IED nos anos 80 fica restrito ao centro do sistema<br />

capitalista, como os dados atestam.<br />

Já a década de 1990 é marcada por importantes acontecimentos no contexto<br />

internacional, como a Guerra do Golfo, crise do petróleo, crise econômica nos<br />

EUA e fim da Guerra fria. No período de recessão da economia mundial (1991–<br />

1992) os fluxos de IED apresentaram uma queda se comparados com o ano<br />

anterior, sendo retomados logo após. Segundo Acioly (2006), fatores como a<br />

recessão econômica nos principais países desenvolvidos, bem como a mudança<br />

da taxa de juros norte-americana e acomodação das fusões e aquisições, foram<br />

responsáveis por esse declínio.<br />

Em termos de IED recebido, o fluxo mundial no ano de 1990 foi de US$<br />

208,1 bilhões, com uma redução para US$ 156,2 bilhões em 1991. Já em 1992,<br />

o fluxo de IED recebido em termos mundiais foi de US$ 162,3 bilhões. O IED<br />

recebido na década de 1990 ainda se concentra nos países desenvolvidos; porém,<br />

os países em desenvolvimento passaram a ter uma participação maior no fluxo<br />

de IED recebido. O fluxo de IED nos países desenvolvidos passou a aumentar<br />

constantemente a partir de 1994, ganhando força a partir de 1997.<br />

A lógica da concorrência sistêmica: uma avaliação a partir dos BRICs, Flávia Carrasco Rubio, p. 147-169<br />

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