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Revista Economia n. 13.pmd - Faap

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perseguir o navio, que iniciou um processo de fuga. Quando o navio nortecoreano<br />

estava quase saindo da área marítima japonesa, este foi afundado pela<br />

patrulha japonesa a tiros de metralhadora. Matthews afirma que:<br />

“O significado da agressividade tão pouco característica com que o Japão<br />

reagiu nesse caso – um forte contraste com situações anteriores, é a primeira vez<br />

que a Marinha japonesa afunda uma embarcação estrangeira desde o fim da<br />

Segunda Guerra Mundial – não passou despercebido. Conforme [analistas<br />

asiáticos] apontam, tal comportamento teria sido inimaginável apenas uma<br />

década atrás. O fato de que, de repente, Tóquio estava disposta a usar a força<br />

sugeria uma mudança significativa na atitude dos japoneses quanto a seu país e<br />

sua defesa. Essa mudança se tornou muito mais clara um ano depois, quando,<br />

em outubro de 2002, a Coréia do Norte admitiu que vinha ativamente<br />

desenvolvendo armas nucleares (e, um mês depois, declarou já possuir algumas<br />

bombas operantes)” (2004, p. 51).<br />

O governo Koizumi continuou mantendo um posicionamento agressivo e,<br />

em fevereiro de 2003, o ministro japonês da defesa alertou a comunidade<br />

internacional, por duas vezes, sobre a possibilidade de o Japão iniciar um ataque<br />

preventivo contra a Coréia do Norte. Outros membros do governo e da mídia<br />

também se pronunciaram defendendo o posicionamento assertivo japonês,<br />

chegando até a discutir a possibilidade do desenvolvimento de armas nucleares.<br />

De acordo com Uehara (2006, p. 68), motivos para este tipo de debate não<br />

faltavam, pois a Coréia do Norte já havia realizado testes com mísseis, tendo<br />

inclusive, em 1998, lançado um míssil por cima do território japonês.<br />

A administração de Koizumi utilizou, segundo Nabeshima (2006 [online]),<br />

a diplomacia dialogue and pressure com a Coréia do Norte, alternando momentos<br />

de intensa pressão a Pyongyang com períodos de diálogo. Fato é que, até o fim<br />

de seu mandato, Koizumi não conseguiu solucionar esta questão, deixando-a<br />

em aberto para seu sucessor.<br />

Após uma breve análise desses conflitos regionais, pode-se notar que durante<br />

o governo Koizumi houve um recrudescimento do posicionamento japonês nas<br />

questões de política externa, além de certa inabilidade para conciliar os interesses<br />

japoneses aos de seus vizinhos. Este posicionamento deixou diversos conflitos<br />

em aberto, além de ter incentivado movimentos nacionalistas no Japão e em<br />

países vizinhos. Com isto, o Japão perdeu a oportunidade de melhorar seu<br />

posicionamento regional, permitindo à China crescer na disputa pelo posto de<br />

líder regional.<br />

2.4. 2.4. Políticas Políticas para para a a obtenção obtenção de de um um assento assento no no Conselho Conselho de<br />

de<br />

Segurança Segurança da da da ONU<br />

ONU<br />

A história do Japão dentro dos quadros da ONU se iniciou em 1956, quando<br />

o país foi aceito como membro da organização. Nesta época o país contribuía<br />

com cerca de 1,97% do orçamento total da ONU. Dois anos após, o país foi<br />

14<br />

<strong>Revista</strong> de <strong>Economia</strong> & Relações Internacionais, vol.6(13), 2008

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