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Revista Economia n. 13.pmd - Faap

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Disputas territoriais envolvendo os países citados sempre existiram;<br />

entretanto, esta foi a primeira vez que elas se inflamaram ao levarem em conta<br />

fatos históricos, já que tanto na China quanto na Coréia do Sul eclodiram diversas<br />

demonstrações nacionalistas, com protestos demandando a retirada dos japoneses<br />

destes territórios “ocupados”. Estas demonstrações teriam sido influenciadas<br />

diretamente pelo posicionamento de Koizumi, ao permanecer irredutível quanto<br />

à questão referente às suas visitas ao Santuário Yasukuni. Desta forma, além de<br />

não chegar a uma solução para os conflitos territoriais, Koizumi conseguiu piorar<br />

a situação ao instigar sentimentos nacionalistas às discussões, por meio de suas<br />

visitas ao Yasukuni.<br />

Quanto às disputas econômicas, estas envolvem basicamente a China e o<br />

Japão. Apesar de as trocas econômicas entre ambos os países terem crescido,<br />

como já foi visto no subtópico anterior, a disputa pelo posto de potência regional<br />

acirrou o embate entre os dois países pelo domínio do comércio com os países<br />

asiáticos. Neste campo, Koizumi também levou desvantagem, pois a China em<br />

novembro de 2002 se antecipou ao Japão e propôs uma área de livre comércio<br />

com os países associados à Associação das Nações do Sudeste Asiático. Em 2004<br />

ela saiu novamente na frente e propôs a criação de uma comunidade econômica<br />

e de segurança que cobrisse o Leste Asiático, sendo fruto da união de uma área<br />

de livre comércio do Nordeste Asiático com a do Sudeste. De acordo com<br />

Fujiwara (2005, p. 52, tradução do autor):<br />

“O Ministério das Relações Exteriores (MOFA) está interessado em<br />

expandir a proposta da comunidade do Leste Asiático para incluir Índia e<br />

Austrália, somente porque Tóquio deseja conter a influência chinesa na<br />

comunidade. A China, como era de se esperar, quer uma Comunidade do Leste<br />

Asiático menor, mantendo os acordos existentes da Asean+3. O problema,<br />

entretanto, é que a China tem ganhado a dianteira nas conversas.”<br />

Esta proposta de expansão da comunidade do Leste Asiático tenderia a<br />

enfraquecer a China, pois países como Austrália e Índia possuem um maior<br />

poder de barganha que os demais países do Sudeste Asiático, países estes que já<br />

foram absorvidos pela dinâmica econômica do Círculo Chinês, redes de produção<br />

envolvendo a China e outros países asiáticos (OLIVEIRA, 2004, p. 20). Diante<br />

de tais iniciativas, “o Japão, que foi até poucos anos o grande parceiro econômico<br />

do Sudeste Asiático, é posto assim na defensiva diante dos avanços chineses”<br />

(OLIVEIRA, 2004, p. 21). De fato, Koizumi não conseguiu desenvolver uma<br />

política externa regional capaz de fazer frente à chinesa, estando sempre um<br />

passo atrás da China. Segundo Fujiwara (2005, p. 52), isso ocorreu devido ao<br />

fato de Koizumi não possuir interesse em um engajamento genuíno a uma<br />

diplomacia voltada para a Ásia.<br />

Quanto à questão referente às armas de destruição em massa, o caso mais<br />

relevante é o da Coréia do Norte. Os conflitos entre o governo Koizumi e aquele<br />

país se iniciaram em dezembro de 2001, quando a Marinha japonesa detectou a<br />

presença de um navio espião da Coréia do Norte. A Marinha japonesa chegou a<br />

A Era Koizumi: um balanço político com ênfase na política externa japonesa, Mateus Silva Chang, p. 5-18<br />

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