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Revista Economia n. 13.pmd - Faap

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egime ditatorial de Pinochet foram amplas e implementadas gradualmente,<br />

mas só começaram a tomar maior fôlego a partir de 1976, quando os efeitos<br />

deletérios da recessão interna e dos choques externos advindos da primeira crise<br />

do petróleo já estavam sendo superados. Na década de 1980, com problemas<br />

derivados da crise da dívida externa dos países em desenvolvimento e todo o<br />

contexto de queda de liquidez internacional de então, o Chile implementa<br />

algumas correções de rumo no sentido de ampliar a capacidade de resposta à<br />

crise, sem deixar de lado, contudo, as conquistas realizadas no quadro de aumento<br />

da liberdade econômica no país. Com a redemocratização, no início dos anos<br />

1990, a postura liberal no que concerne à orientação de política econômica<br />

continuou a ser seguida.<br />

Em sendo assim, vale aqui analisarmos algumas das principais reformas<br />

realizadas pelo governo chileno desde 1973, determinantes na geração do quadro<br />

de crescimento econômico observado nos últimos anos no país, segundo nossa<br />

análise.<br />

Reformas Reformas comercial comercial e e cambial<br />

cambial<br />

No campo das relações comerciais, observou-se uma redução paulatina,<br />

mas significativa, das barreiras comerciais tanto tarifárias quanto não-tarifárias.<br />

No que concerne às primeiras, por exemplo, houve uma redução da tarifa média<br />

de importação de 105% em 1973 para 36%, em 1976, e 10%, em 1979-82,<br />

aumentando de forma sustentada a abertura comercial da economia chilena e<br />

ampliando a concorrência nos mais diversos segmentos. Esse processo, além de<br />

auxiliar na contenção do processo inflacionário, também fomentou a melhoria<br />

da competitividade em setores amplos que agora enfrentavam a concorrência<br />

de empresas estrangeiras. As barreiras não-tarifárias foram igualmente eliminadas,<br />

como a extinção do depósito prévio equivalente a 10.000% do valor das<br />

importações em 1976; redução do índice de nacionalização dos veículos;<br />

melhorias substanciais nos procedimentos aduaneiros com redução da burocracia<br />

etc.<br />

Ainda no contexto das reformas comerciais, algumas políticas de incentivo<br />

às exportações foram utilizadas, como o drawback e devolução de certos<br />

impostos indiretos. Entretanto, o maior incentivo veio pela abertura do mercado,<br />

que reduziu os custos de importação de bens de capital, e pela mudança no<br />

regime cambial a partir de 1973. Ademais, a privatização dos portos,<br />

acompanhada por reorganizações no sistema de transporte aéreo e naval e pela<br />

criação de instituições públicas e privadas de fomento a exportações (como a<br />

Fundação Chile, em 1976), acabou por engendrar um crescimento importante<br />

das exportações chilenas nos anos seguintes ao golpe. Era a economia chilena<br />

despertando para o mundo, para a importância das relações externas na busca<br />

do desenvolvimento econômico da nação.<br />

Com a crise da dívida dos países em desenvolvimento nos anos 1980 e o<br />

crescente neoprotecionismo comercial, observado inclusive nos países<br />

desenvolvidos, o contexto internacional transformou-se, provocando pressões<br />

Laissez-faire e desempenho econômico: uma análise comparativa..., Ivan Tiago Machado Oliveira, p. 19-34<br />

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