apresentou <strong>um</strong> distúrbio na região fronto-temporal esquerda, indicando lesãoestrutural. NS apresenta ainda <strong>um</strong> déficit motor à direita.Caracterizam o quadro afásico de NS dificuldades de acesso lexical,expressão verbal do tipo telegráfica, com supressão de palavras funcionais,inadequação na seleção de morfemas gramaticais e predominância desubstantivos (em detrimento de verbos). Tal quadro caracteriza <strong>um</strong>a afasia depredomínio expressivo.3. SPSexo: masculinoData de <strong>nas</strong>cimento: 10/03/1933Estado civil: casadoNacionalidade: italianaProfissão: executivo, aposentado por conta da afasiaFormação: nível superiorData do evento neurológico: 13/04/1995 - AVCObs.: aos dois meses de idade, mudou-se para o sul da França (região deimigrantes italianos). Desde os 20 anos, SP vive no Brasil, tendo se casado com<strong>um</strong>a brasileira; segundo SP, o terceiro de <strong>um</strong>a irmandade de oito, todos falavamfrancês, tanto em casa como fora dela, isto é, na escola ou em outras práticassociais no país em que passaram a viver.Descrição do quadro neuropsicológico/ neurolingüísticoSP sofreu <strong>um</strong> AVC que afetou a área do lobo temporal e núcleo da base,deixando-o severamente afásico e com <strong>um</strong>a hemiplegia à direita. Por ocasião doAVC, foi realizada <strong>um</strong>a tomografia computadorizada, na qual observa-se áreaamorfa de encefalomalácia no hemisfério esquerdo, ocupando o lobo temporal enúcleo da base parcialmente até o centro semi-oval. Tais sinais tomográficos sãocompatíveis com AVC antigo (seqüelar).De acordo com os dados obtidos em entrevista anamnésica, SP tem ofrancês como língua materna, embora a mãe fosse italiana. Passou a praticar oportuguês aos 20 anos, quando veio para o Brasil junto com a família, apesar dejá ter tido contato com a língua portuguesa por influência de seu pai, que morarapor alg<strong>um</strong> tempo no país. Ainda que após o AVC SP tenha recuperadoparcialmente sua capacidade de expressão e compreensão do francês – e seja ofrancês a sua “língua do pensamento” – é o português a língua em que mais secomunica (com esposa, amigos e outros integrantes do CCA). Quando fala oportuguês, a afasia de SP é compatível com as formas essenciais das <strong>afasias</strong>ditas motoras: hesitações e prolongamentos, dificuldades de repetição,perseverações e iterações, par<strong>afasias</strong> verbais e fonológicas etc. No francês,embora suas dificuldades sejam menores e sua desenvoltura mais notória,observa-se o mesmo quadro semiológico. Embora tenha boa compreensão detexto escrito em francês e em português, a tradução é difícil de <strong>um</strong>a língua paraoutra, sobretudo do português para o francês.103
4. EFSexo: masculinoData de <strong>nas</strong>cimento: 10/06/1930Estado civil: casadoNacionalidade: brasileiraProfissão: proprietário de <strong>um</strong>a pequena empresa de moldura de janela,aposentadoFormação: Superior completo - DireitoData do evento neurológico: 21/12/1988 - AVCDescrição do quadro neuropsicológico/ neurolingüísticoDe acordo com seu prontuário clínico, EF era hipertenso e, em 21/12/88apresentou queda súbita com perda de consciência, tendo sido encaminhado aoHospital de Clínicas da <strong>Unicamp</strong>. Seu diagnóstico neurológico inicial foi “afasia deBroca - predominantemente eferente”. Apresentava também hemiplegia à direita,com predomínio no membro superior direito (MSD) e alteração de consciência,decorrentes de <strong>um</strong> Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico-embólico.Sua linguagem espontânea foi reduzida a estereotipias (“não, não”; “au-au”),utilizadas em todas as situações comunicativas. EF apresentava dificuldadespráxicas, envolvendo os níveis lingual, labial e sub-glótico, que o impediam deexecutar movimentos voluntários sob comando. Trata-se de <strong>um</strong> alto grau deapraxia buco-facial. A produção oral de EF estava, no início de seu quadroafásico, restrita à emissão de palavras isoladas, apresentando o que na literaturaé chamado de “estilo telegráfico”. A articulação de sua fala ficou difícil, gerandoseqüências ininteligíveis, e, por vezes, criando segmentos que não pertencem aoinventário fonológico da língua portuguesa. Além disso, na maioria das vezes, EFnecessitava de prompting oral (pista articulatória, ou seja, é a execução, pelointerlocutor, do primeiro gesto articulatório ou das primeiras seqüências de gestosque compõem as primeiras sílabas da palavra requerida) para poder produzir aspalavras que desejava. EF se valia com freqüência da escrita e de desenhos,como recurso semiológico para comunicar o que desejava ou para dar a entenderos sentidos que produzia ao falar.5. SISexo: femininoData de <strong>nas</strong>cimento: 09/11/1940Estado civil: casadaNacionalidade: brasileiraProfissão: trabalhava na roça até o evento neurológicoFormação: Completou a quarta série do ensino fundamentalData do evento neurológico: 1988 - AVCObs.: nissei. De acordo com SI, sua língua materna foi o japonês, mas os irmãos(n<strong>um</strong>erosos) falava português. Com o marido japonês, sempre falou português.104
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Eliana da Silva TavaresCOMPETÊNCIA
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AbstractMy dissertation is inscribe
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