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competência e argumentação nas afasias: um ... - IEL - Unicamp

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neta e que seu nome é o mesmo de <strong>um</strong>a das netas de SI; movimento quecontribui com o desenvolvimento da conversação.O gesto, apresentado por EF e utilizado também por JC e EM, substitui apalavra que EF não consegue aceder, e lhe possibilita levar seus interlocutores ainferir, por meio de acarretamento semântico, que o horário está de acordo com opúblico adulto (mais alto), portanto, com pessoas mais velhas.Discursivamente, mesmo não utilizando nenh<strong>um</strong>a unidade lingüística paraarg<strong>um</strong>entar, como operadores e modificadores lingüísticos, EF estabelecerelações tópicas entre altura/ tamanho e ser mais velho/ maturidade, para justificara pertinência do horário previsto para a apresentação do evento. Mesmo ainvestigadora EM somente chega à palavra velho depois da repetição do gestofeita por JC e também pelo prompting 38 de JC para EF, em que diz mais...Essas relações podem ser aferidas unicamente porque abrigo minhasconsiderações n<strong>um</strong>a concepção de linguagem enquanto ação intersubjetiva(Franchi: 1976), a partir da qual se instanciam os interlocutores relativamente àenunciação. No processo de interação do qual resulta o dado que analiso, épossível perceber como a significação vai sendo construída pelos interlocutores, etambém como a orientação arg<strong>um</strong>entativa vai-se estabelecendo com base naobjetivação dessa significação.Na situação de interação do CCA, por sua especificidade, enquantocomunidade de prática 39 , os fenômenos sociais são determinantes para aconstituição e manutenção do diálogo.A singularidade do ambiente que o CCA proporciona é relativa justamente àfamiliaridade entre seus membros, o que permite o desenvolvimento de situaçõesde interação fundamentadas em campos conceituais e conhecimentocompartilhado, pragmaticamente constituídos e estabelecidos pelo grupo.No trecho em que o tópico estabelecido é relativo ao horário marcado paraa apresentação de <strong>um</strong> evento para crianças, em função do estranhamento que38 Processo metalingüístico que consiste em <strong>um</strong> esboço oral (ou “pista fonética”) ou silábico, que tem porobjetivo dar aporte ao afásico para suas dificuldades de articulação fonética ou de evocação lexical.39 Para maiores esclarecimentos quanto à noção de comunidade de prática a que me refiro, ver Mira (2006) eTubero (2005).66

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