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competência e argumentação nas afasias: um ... - IEL - Unicamp

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2.2 Arg<strong>um</strong>entação e enunciação: questões semânticas e pragmáticasAo propor <strong>um</strong> estudo de natureza enunciativa em relação à arg<strong>um</strong>entação,permito-me abrir mão de abordar os estudos de semântica notadamente formal –não por negar sua importância para a compreensão dos fenômenos semânticos,mas antes por predicar minha investigação como enunciativa, o que me fazcaminhar, cada vez mais, em direção a fenômenos lingüísticos de ordemenunciativo-discursiva, como interação, por exemplo; ou seja, fenômenos quepossibilitam investigar a língua em seu funcionamento, o que, por sua vez,ressalta a importância de <strong>um</strong> corpus de linguagem ordinária.Estabelecidas estas questões, é possível apontar indagações relativas ànatureza do auditório, aos papéis atribuídos aos interlocutores, à própria situaçãoenunciativa e à performatividade da língua, no sentido de buscar compreender pormeio de que recursos arg<strong>um</strong>entam as pessoas com afasia.Convocar a enunciação para o escopo das pesquisas lingüísticas faz comque a importância atribuída ao estudo do enunciado, fora de contexto, perca oposto de destaque que ocupava até a Lingüística tomar para si a enunciaçãoenquanto categoria de análise. Nessa medida, os estudos relacionados aoestabelecimento do sentido passam a ocupar <strong>um</strong> lugar central <strong>nas</strong> pesquisaslingüísticas, sobretudo pelas categorias de análise que apresentam.Esse movimento somente é possível a partir dos trabalhos de Bakhtin,Benveniste e outros, que possibilitam o desenvolvimento de teorias sociais daenunciação, a partir da inclusão do sujeito na linguagem, marcando asubjetividade na língua - fenômeno que instaura os fundamentos da enunciação, asaber, as marcações dêiticas de pessoa, espaço e tempo referentes ao discurso.Para Bakhtin, a enunciação requer <strong>um</strong> posicionamento responsivo entre ossujeitos envolvidos na interação, porque não considera ape<strong>nas</strong> a relação doenunciador com a língua, mas sim a relação do enunciador com a língua e seuinterlocutor, de maneira circunstanciada - em que estão envolvidos os papéis dosinterlocutores, as imagens que fazem e que pretendem constituir de si e do outro,21

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