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competência e argumentação nas afasias: um ... - IEL - Unicamp

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o contrário. Para Ducrot (1989a: 02), a qualificação é sempre o produto de <strong>um</strong>aatitude; o julgamento de valor não provém do entendimento, mas da vontade.A questão para a teoria está centrada sobre o sentido das qualificaçõesoperadas e não sobre o fato de serem favoráveis ou desfavoráveis, o que importaé sua potencialidade arg<strong>um</strong>entativa.Ducrot busca em Austin (1962) a noção pragmática de atos de fala, mastambém <strong>um</strong>a noção semântica de enunciação em Benveniste (1995). Com isso,movimenta a teorização lingüística à medida em que atrela os estudospragmáticos aos semânticos, apontando para <strong>um</strong>a noção de pragmática integrada,segundo a qual a pragmática não constituiria o limite entre interior e exteriorlingüístico. Ou ainda, que pudesse ser <strong>um</strong>a unidade de análise complementar àsemântica, sendo a última categoria da língua, mas que ambas se articulariamconjuntamente, na instanciação do discurso. Tampouco admite que possam serrelegadas à pragmática funções meramente contextuais, responsáveis peloestabelecimento do sentido.É no limite dessas considerações que Ducrot propõe <strong>um</strong>a pragmáticalingüística, a partir da qual apresenta suas questões, quais sejam, tanto aquelasimplicadas pelas ações atreladas ao uso da língua, quanto as veiculadas pelosimplícitos - ligadas ao dizer e não-dizer - e mais ainda, à maneira como ofuncionamento desses implícitos é estruturado gramaticalmente.Entretanto, <strong>um</strong>a conduta arg<strong>um</strong>entativa não corresponde somente ainstr<strong>um</strong>entos lingüísticos, como por exemplo a estrutura arg<strong>um</strong>ental dosprovérbios 1 , às escolhas lexicais, em que a subjetividade aparece, marcada pelaposição enunciativa e pelas escolhas do falante. Os processos, as condutasarg<strong>um</strong>entativas são marcados também por movimentos pragmáticos, os quais alíngua, stricto sensu, não pode resolver sozinha, ou seja, a Teoria daArg<strong>um</strong>entação na Língua não pode capturar todos os fenômenos dearg<strong>um</strong>entação que a língua dispõe e permite mobilizar. A Teoria da Arg<strong>um</strong>entaçãona Língua não possibilita, portanto, dar conta integralmente de dados de1 No capítulo 4, em que analiso os dados, procedo também à análise de alguns provérbios.5

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