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competência e argumentação nas afasias: um ... - IEL - Unicamp

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suas intenções discursivas e toda sorte de elementos articulados no proferimentodo enunciado.De acordo com Cervoni (1989), o estudo do sentido deve levar em contasuas condições de produção, e estas somente podem ser especificadas seconsideradas contextualmente, já que o próprio contexto contribui para o sentidodo enunciado, na medida em que interfere, entre outras coisas, em suaaceitabilidade. Assim, (id.: 99) a interpretação [do sentido] decorre de <strong>um</strong>ainterrogação que se refere não ao enunciado, mas à enunciação.É nessa interface, entre os mecanismos, as ferramentas lingüísticas, queconstituem aquilo que Benveniste (1995) denomina o aparelho formal daenunciação, e suas condições de uso - no funcionamento da linguagem - e noscontextos de interação, que a determinação do sentido se relaciona com aproblemática da enunciação (Cervoni: 1989).Além de Cervoni, outros autores apresentam questões importantesrelacionadas ao estudo da enunciação, como Fuchs (1985), que retoma a relaçãoentre enunciação e retórica, gramática e lógica. A autora parte da noçãoaristotélica de retórica, e a relaciona com discurso, enquanto aproxima gramáticade língua, e lógica de linguagem - apresentada como <strong>um</strong>a re-descoberta daenunciação (Fuchs: id., 111).Assim como a retórica aristotélica, a perspectiva enunciativa está atreladaao papel ass<strong>um</strong>ido pelo orador - ethos -, às imagens, ou paixões, que pretendedespertar no auditório – pathos -, e à organização das partes do discurso – taxis -.Esses passos são todos constituídos em função da enunciação, dosmecanismos envolvidos na produção do discurso, que, em última medida, seriamresponsáveis pelo funcionamento desse discurso.As questões enunciativas impostas à gramática são aquelas referentes àproblemática do sujeito e também as responsáveis pelo funcionamento da língua,como a dêixis e a modalidade verbal. Assim, Fuchs (id.: ib.) retoma Benveniste,que categoriza as unidades dêiticas e modais como índices, enquanto Jakobson(1957) as categoriza como shifters, embreantes - que estarão na base dasemântica greimasiana.22

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