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competência e argumentação nas afasias: um ... - IEL - Unicamp

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Platão provoca <strong>um</strong>a ruptura entre retórica e Filosofia, porque não podiaadmitir a retórica de Górgias como arte ou como Filosofia, mas é Aristóteles quemreabilita a retórica e procede à delimitação de seu domínio, bem como a tentativade sistematizar e hierarquizar esse saber.Assim, segundo Aristóteles, a Metafísica e as Ciências tratariam donecessário e das proposições indubitáveis; a Dialética diria respeito ao provável -e teria por método a arg<strong>um</strong>entação contraditória e a síntese de opiniões; enquantoa retórica visaria persuadir, por meio de verossimilhança - e não de arg<strong>um</strong>entosverdadeiros, necessários ou prováveis. Com esse movimento, Aristóteles garante,na hierarquia que estabelece, lugar privilegiado para o verdadeiro – abrigado naFilosofia - enquanto relega à Dialética e à Retórica questões não-lógicas, deraciocínios não-necessários - no sentido lógico da expressão.A arg<strong>um</strong>entação está, ainda, na base da divisão estabelecida porAristóteles para os três gêneros de discurso que apresenta, cuja diferença deconcepção está diretamente ligada à hierarquia estabelecida quanto a esse saber.Aristóteles reserva ao gênero judiciário o lugar do justo, entenda-se do verdadeiro,em que a concepção de arg<strong>um</strong>entação dominante é o entimema.No gênero deliberativo, a arg<strong>um</strong>entação é construída a partir de fatos reaisou fictícios, que permitem a indução ou o raciocínio por analogia; e finalmente, nogênero epidídico, a arg<strong>um</strong>entação é constituída sobretudo por meio de figurascomo hipérbole, repetição e metáfora, <strong>um</strong>a vez que visa a ampliar a força dosarg<strong>um</strong>entos, no intuito de exaltar ou diminuir pessoas ou eventos.Os três gêneros discursivos são: o deliberativo – aquele que surgiu com anecessidade de deliberação relativa às demandas dos proprietários de terras eque procura persuadir o auditório -; o judiciário – aquele que acusa ou defende –e, por fim, o epidídico – aquele que busca o elogio ou a censura, que foi o gêneromais desenvolvido pelos sofistas -.Cada gênero discursivo, por sua vez, está relacionado a <strong>um</strong> determinadotipo de auditório e à sua função, quer seja julgar, deliberar ou usufruir, comoespectador, do jogo instaurado pelo movimento oratório.14

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