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Estados Unidos: Visões Brasileiras - Funag

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Cabe aqui um paralelo. Para justificar o terror e os expurgos quesua ditadura impôs à União Soviética, Stalin formulou estranha doutrina:quanto maiores fossem os avanços do socialismo, tanto mais numerososseriam os inimigos internos a liquidar. Na Guerra Fria, a democraciaencontrou à partida o obstáculo soviético. Mas logo o inimigo multiplicouse:na Grécia e na Itália, na China e na Coréia e no Vietnã e no TerceiroMundo. Em todas as circunstâncias, o inimigo real funde-se ao inimigoimaginário. Suspeita-se dos neutros, não há lugar para terceiros, a quemcumpre hostilizar.A doutrina da “contenção” não foi eficaz apenas porque inspiroupráticas antagônicas que resultaram vitoriosas na Guerra Fria, mas tambémporque produziu uma alteridade hostil que configurou a identidadeamericana como liderança” global necessária. Nação líder do mundo livre– eis, afinal, a expressão mais simples do nacionalismo americano nestemeio século. Um nacionalismo que se expressou por universais (a liberdade,a democracia, etc.), à semelhança do que ocorreu com outras grandespotências no passado.A Guerra Fria acabou. Os <strong>Estados</strong> <strong>Unidos</strong> emergem, afinal, comtoda a nitidez, como a única superpotência, militarmente hegemônica,economicamente capaz de enfrentar a competição com as outraseconomias industriais, promovendo sua versão de ordem pública como aúnica politicamente legítima, com influência cultural sem paralelo. Termos(conceitos?) como unipolaridade e primazia vêm sendo empregados paradescrever a nova situação. Serão retomados a seu tempo, mas, antes, é otermo liderança, ainda mais freqüente, o que importa. Pois o passadorecente, que fornecia as respostas simples, agora interpela com a questãocomplexa: liderança, contra quem?Não admira, portanto, que as reações iniciais da “comunidadeestratégica” americana envolvessem uma espécie de busca especular doinimigo perdido, de que é exemplar conhecido a patética incursão11

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