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Estados Unidos: Visões Brasileiras - Funag

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através de sua política de “limpeza étnica” e da sistemática violação dosdireitos humanos da comunidade muçulmana, de origem albanesa,largamente majoritária no Kosovo. A linha de orientação do presidenteiugoslavo – se é lícito assim descrevê-Ia – se propunha a criar espaçospara a etnia sérvia, repetindo, de resto, o que se fizera na Bósnia e alhures.Acresce notar, por fim, que, a despeito de promessas em contrário, esempre buscando valer-se do socorro russo, Milosevic não iria alterar ocomportamento arbitrário de suas forças policiais e militares. Dados osseus antecedentes, esse proceder não causa espécie.Se a conduta da UCK 107 não está isenta de excessos, importater presente que o recurso à via armada somente ocorreu quando ficoupatente a falta de perspectiva para a solução negociada da crise. Comose sabe, também esta crise é da lavra de Milosevic, que iniciara a suagovernança na Sérvia com a retirada, em 1989, da autonomia das provínciasde Kosovo e Voivodina. No dizer, aliás, de J.- Y. Pote 1, o regime sérviose caracteriza por ser gerador de guerras, além de autoritário eantidemocrático, e dominado por oligarquias fora da lei. 108Em suma, tanto a visão do governo americano, quanto aargumentação contra a intervenção se ressentem de falhas substanciais.Por um lado, a oposição à operação da OTAN, se tem forte sustentaçãojurídica e mesmo política, ao ignorar ou minimizar o indesculpávelcomportamento sérvio, com suas sistemáticas violações ao direitohumanitário, omite aspecto capital do problema. Por outro lado, tampoucoa posição estadunidense e ocidental se afigura confortável. As NaçõesUnidas, com todos os seus defeitos, representam um avanço no direitointernacional público. A sua marginalização significa um retrocesso à faseanterior, com suas ações unilaterais e o desrespeito à soberania dos <strong>Estados</strong>mais fracos. Nesses termos, não há atalhos para lidar com situações comoaquela criada por Milosevic. A fim de decidir sobre operações baseadasna segurança coletiva ou com escopo humanitário, semelha ineludível aautorização prévia do Conselho de Segurança. Através da negociação e223

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