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Estados Unidos: Visões Brasileiras - Funag

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comprometida com formulações como “<strong>Estados</strong> democráticos não tendema ameaçar nossos interesses”. A “paz perpétua” de Kant é uma idéia darazão: por um lado, indica um ideal a perseguir, mas que jamais serárealizado plenamente no mundo real dos seres humanos, por isto que estesnão são apenas eticamente racionais, mas também motivados pelointeresse próprio; por outro lado, fornece uma medida comparativa desituações concretas das relações entre os <strong>Estados</strong> (o que se virá a chamar,com Weber, um “tipo ideal”, neste caso, das relações internacionais).Ideal e medida não compatíveis com o interesse de um Estado.O conjunto de proposições correlacionadas que confere justificativaà nova doutrina oferece, afinal, uma composição de tradicional interessede Estado – segurança militar – ampliado com considerações amplassobre o fortalecimento da própria economia, na suposição da identidadede interesses entre economias de mercado. Esta reafirmação forte doliberalismo econômico completa-se com a noção da conformação do mundopolítico como um conjunto de free-trade democracies.As referências à boa ordem liberal são freqüentes no discurso dapolítica externa americana e caracterizadas, particularmente porobservadores favoráveis, como o aspecto idealista ou, simplesmente, o“idealismo” em política externa, a que a evocação de Wilson sempre vemassociada. É o que se poderia chamar o “idealismo da semelhançademocrática”, que seria a missão americana promover, com base napremissa do universalismo dos valores liberais, superiores, por definiçãoàs diferenças – particularistas, também por definição – histórico-culturaisentre os povos. É interessante neste sentido a valorização recente deautores tão alheios à tradição filosófica empirista e anglo-saxã, como oKant da “paz perpétua” ou o Hegel do “fim da história” como realizaçãoocidental do estado de direito, de que é exemplo obra conhecida de FrancisFukuyama 9 . Mais importante talvez é o prestígio adquirido, na comunidade9 Fukuyama, Francis. o fim da história e o último homem. Rio de Janeiro. Rocco, 1992.19

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