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Estados Unidos: Visões Brasileiras - Funag

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que reserve mercados para a reprodução do capital - consciência que,eleitoralmente, traduz-se numa reduzida taxa de desemprego.No fim do ciclo, o quadro é diferente daquele que se tinha noinício do século porque os problemas de segurança - desde que não setome o caso de Taiwan como ameaçando a estabilidade do Ocidente-estão, pelo menos teoricamente, resolvidos: não há potência militar capazde infligir danos irreparáveis aos <strong>Estados</strong> <strong>Unidos</strong> nem de suportar arepresália nuclear norte-americana, se esse vier a ser o caso. Permanecem,porém, as questões de comércio e de ideologia. São elas que condicionam,agora, os objetivos nacionais norte-americanos. Note-se que, assim comohouve um momento em que a ideologia se imbricou na segurança, a missãoredentora, agora, imbrica-se no comércio, e a defesa de uma “democraciade mercado” passa a ser objetivo nacional. Essa imbricação, pelos turvoscaminhos da superpotência que não tem mais adversário militar e ideológicoà sua altura, poderá fazer que a defesa da “democracia de mercado”-que no fundo significa a abertura de mercados para as indústrias de altatecnologia e para os serviços norte-americanos - se confunda com asegurança nacional em sentido estrito. A probabilidade de que isso venhaa ocorrer é grande, especialmente quando se considera a crescenteimportância ,que a administração e o Congresso emprestam aos negócios- o novo embaixador dos <strong>Estados</strong> <strong>Unidos</strong> em Brasília não deixou claroque sua missão será cuidar dos interesses das empresas norte-americanasno Brasil? Ora, essa confusão de negócios com diplomacia e política depotência dá-se no momento em que a formação dos grandes blocoseconômicos pode restringir o espaço geográfico necessário para areprodução do capital originário dos <strong>Estados</strong> <strong>Unidos</strong>.A globalização não eliminou as diferentes origens nacionais docapital nem eliminou a obrigação política de os governos defenderem osinteresses de empresas nacionais. Para os <strong>Estados</strong> <strong>Unidos</strong>, o problema éque não se pode mais fazer a “política das canhoneiras” nem é maispossível invocar a ameaça do comunismo, a qual serviu para cimentaralianças, ainda que à custa do sacrifício do sentido ético primevo da missão260

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