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Estados Unidos: Visões Brasileiras - Funag

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Beveridge traduzia o pensamento dos imperialistas vitoriosos: “Além dasFilipinas, abrem-se os mercados infindáveis da China. Não nos retiraremosnem de uns nem de outros ... Não renunciaremos à nossa parte na missãoda nobre raça, guardiã da civilização mundial”. É preciso chamar a atençãopara a mudança significativa implícita na fala de Beveridge, a qual virá àluz em decisões e atos a partir de Primeira Guerra Mundial: a missão, deredentora, passa a ser de guardiã da civilização ocidental. Os <strong>Estados</strong><strong>Unidos</strong> deixam de ser o espelho em que os outros países podem mirar-se;não têm mais a tarefa ingrata de civilizar os outros; não carregam mais awhite man s burden. Ao firmar pé, os imperialistas chamam para os245<strong>Estados</strong> <strong>Unidos</strong> a tarefa de defender os valores da civilização ocidental.Essa transformação do sentido da segurança institucional emsegurança da ilha-continente, defesa da civilização ocidental e expansãotout-court dá-se, como assinalado, à medida em que o país cresce, aeconomia se expande para fora do território e o Estado norte-americanovê aumentar, cada dia mais, suas obrigações com seus cidadãos no exteriore passa, assim, a ter maiores preocupações com os “interessesnorte-americanos” fora das fronteiras nacionais. Ousaria dizer que essatransformação está intimamente associada, por um lado, à expansão daeconomia - no final do século XIX, os <strong>Estados</strong> <strong>Unidos</strong> já são a primeirapotência industrial do mundo - e, por outro lado, às formulações de Mahansobre o Poder Naval. É importante não perder de vista a doutrinadesenvolvida por Alfred Thayer Mahan. Ela não é, como poderá parecera muitos, uma mera proposição estritamente militar voltada a criar uminstrumento para o domínio mundial. O Poder Naval, para ele, é funçãodo desenvolvimento econômico de um país e da consciência que seugoverno e seus habitantes tenham da importância do comércio marítimo.Ao Poder Naval cabe - agora sim, do ponto de vista estritamente militar -proteger as ligações comerciais em todos os mares do mundo, em tempo246

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