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Estados Unidos: Visões Brasileiras - Funag

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com um enfoque eclético e algo similar à Doutrina Clinton, ainda que emoutros termos e com novos slogans.É que o ecletismo se faz necessário como traço essencial do intentode legitimação do novo papel dos <strong>Estados</strong> <strong>Unidos</strong> como a únicasuperpotência. De forma simplificada, ele consiste num jogo de ênfasesque se relaciona com apresentação explícita de uma política – suas razõespúblicas e legitimadoras – em contraste com objetivos mais amplos,implícitos ou semi-explícitos, relativos à tradicional razão de Estado.A alusão às novas e graves ameaças difusas – o terrorismo ou asarmas de destruição em massa, por exemplo – ou a questões novas napauta internacional, como os direitos humanos, faz parte do caráter explícitoda nova política, o mais visível e divulgado. E não sem sucesso: as ameaçasdifusas são as que pesam nas preocupações da opinião pública americana;e o tema dos direitos humanos legitimou a liderança americana na OTANquando da intervenção na Iugoslávia à conta da questão do Kosovo. Estasquestões prestam-se a mobilizações da opinião pública interna e a políticasmultilaterais, de cooperação internacional, eventualmente através da ONU,mas, desde a crise do Kosovo, do concerto dos aliados tradicionais – daOTAN, neste caso. Operam no mesmo sentido, ou buscam assim operar,as iniciativas quanto à expansão do mundo das democracias e as múltiplasalusões aos benefícios da globalização e do free-trade.Já o outro aspecto, implícito ou semi-explícito, relaciona-se àdefinição mesma de uma grande potência. Como manter e ampliar poder?Como impedir o surgimento de rivalidade competitiva, eventualmenteameaçadora? Ou na linguagem do debate corrente, a que se voltará, comomanter a “primazia” num contexto de “política unipolar”?É possível mobilizar a opinião pública interna invocando anecessidade (e a satisfação) da “primazia”, e disto não faltam exemplosna história do sistema de <strong>Estados</strong>, inclusive, senão especialmente, no séculoXX. Mas é pouco provável que este venha a ser o curso da política externa40

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