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Estados Unidos: Visões Brasileiras - Funag

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interesses atingidos. Logo a temperatura baixaria, com o adiamento sinedie da consideração do problema. 38Não resolvida a questão do ângulo soviético, a crise se reapresentavaa cada oportunidade. Em fevereiro de 1962, os vôos ocidentais para Berlimpassaram a ser perturbados, mas o secretário de Estado Rusk e o ministrodos Negócios Estrangeiros Gromyko lograram afastar a dificuldade. Odiferendo persistia. Rusk, em intervenção junto à Comissão de RelaçõesExteriores do Senado, assinalou que o Kremlin talvez houvesse postergadoa tentativa de resolver o problema para quando alcançasse a paridadeestratégica.A permanência indefinida do íncubo da crise nuclear, que semanifestava em intervalos irregulares, não contribuíu para insensibilizar opúblico estadunidense. As palavras presidenciais, os reiterados ultima taacerca de Berlim, o perigo do cataclismo induziram muitos lares a reaçãosurpreendente. Por volta desse período, propaga-se o recurso a abrigosindividuais e, sobretudo, familiares. Construídos nos respectivos quintaisou porões, supostamente ofereciam condições para sobreviver à explosãoe à irradiação posterior, incluindo reservas de alimentos e líquidos. Se ohomem comum cuidava de absorver aquele desafio para tantos terminal-deque alguns filmes, como por exemplo A hora final (On the beach), deStanley Kramer, divulgavam os efeitos letais e desestabilizadores –, a suaresposta ao desafio tinha um elemento inquietante. Através da banalizaçãodo abrigo antinuclear a hipótese da conflagração parecia de certo modoadmissível e controlável. Popularizar naquele nível de núcleo social apreparação para tal eventualidade não deixaria de suscitar indagaçõesquanto à suposta inevitabilidade de Armageddon 39 .38 V. idem, ibidem, p. 133.39 A imagem bíblica da catástrofe final.137

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