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Estados Unidos: Visões Brasileiras - Funag

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A primazia é um constructo conceitual e uma preferênciaexplícita de alguns setores – sua teoria (e suas conseqüências) têmformulação própria. Mas é possível tomá-la como chave de leitura dasestratégias alternativas, pois que a nenhuma escapa o elemento liderança(e poder) quer para facilitar a cooperação quer para promover o equilíbriode poder nas mais diversas regiões. Uma liderança antes de tudo militar,mas também econômica, política, cultural. Difícil, de resto, imaginar outrapolítica para a superpotência que emergiu no pós-Guerra Fria. E não detodo difícil perceber que seu apelo não se possa reduzir à crua realidadedo poder – com impacto negativo sobre o imaginário de seus formuladores,de seus adeptos, de seus aliados.Trata-se de manter primazia duramente alcançada e prolongá-la.Em primeiro lugar, contendo a emergência de rivais competidores – osóbvios e o que detenham algum potencial para tanto. A estratégia envolvea produção de alianças sob liderança americana, tomada indispensável.Trata-se de abrir mercados, no espaço globalizado adquirido para o LesteEuropeu e no Terceiro Mundo, que vê esvaziados seus esforços dedesenvolvimento. De promover regimes democráticos, na suposição deengendrar governos amigáveis. De garantir a cooperação – principalmentedos aliados mais importantes – para combater as ameaças difusas, malesda periferia. E de garantir uma adesão crescente, como sugere a noçãode soft power.São, de fato, propósitos ambiciosos, mas compatíveis com o poderdisponível. O tempo, é claro, cria contra-pressões e contra-remédios: “rivaiscompetidores” não declaram seu nome até poderem sê-lo de fato; blocosregionais e economias fortes organizam sua proteção e apressam-se adispor de novos instrumentos de política própria, de que o euro é exemploimportante; democracias, antigas ou novas, poderão promover governospouco afeitos às sugestões do free-trade, criando problemas para oconceito ampliado; algumas potências – de momento, a China – escapamao envolvimento; a cultura globalizada é matizada pelo multiculturalismo.A unipolaridade especularmente benigna, tendo ao ilegítimo e ao instável,62

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