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Estados Unidos: Visões Brasileiras - Funag

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(como na Bósnia, no Haiti) parece que, à vista da dispersão e difusão dasameaças e dos compromissos assumidos, o âmbito dos primeiros é, nomínimo, tão grandioso quanto o era na Guerra Fria.Escrevendo quando ainda secretário de Defesa do governoClinton, William Perry, comenta que, com a redução da ameaça de conflitoglobal, os <strong>Estados</strong> <strong>Unidos</strong> puderam reduzir a estrutura de suas forçasmilitares em um terço em relação ao máximo da Guerra Fria. Contudo,agora, os riscos de conflito regional cresceram, impedindo redução adicionalsignificativa. O que estabeleceria um dos paradoxos do planejamento paraa defesa no pós-Guerra Fria: “o risco crescente de conflitos regionaisrequer forças convencionais substanciais, exatamente quando o riscoreduzido de conflito global solapa a rationale política para um exército,uma marinha e uma força aérea grandes e permanentes”. 10O “paradoxo” pode ser levado a suas últimas conseqüênciaslógicas: a Guerra Fria justificava todo, rigorosamente todo, o envolvimentomilitar americano nas mais diversas partes do globo, inclusive em conflitosregionais, como no Vietnã, que se davam por explicados pela bipolaridadedela decorrente. Agora, é necessário manter dois terços da estrutura deforças militares, ainda que sem Guerra Fria. É como se um patrimônio delegitimidade – a “rationale política” – fosse depreciado, em menos dedez anos, a um terço de seu valor militar. O autor, contudo, está interessadoem soluções técnicas para o problema. “Fazer mais com menos”, ou seja,manter 1,5 milhões de pessoal na ativa e 900.000 na reserva e lançar mãodos novos recursos tecnológicos, que de resto poupam mão-de-obra e jáutilizados no Iraque e, posteriormente, na Iugoslávia. Mas de especial énecessário para o melhor emprego das forças militares, que parcelasignificativa delas esteja no exterior, onde pode “configurar o ambienteinternacional e deter agressões mais efetivamente”. Daí a projeção de10 Perry. William J. Defense in an age of hope. Foreign Affairs, v. 75, n° 6, novembrodezembrode 1996, p. 64-79.23

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